Redes sociais: Instagram é rei nos jovens, Facebook e YouTube em queda

Dia Mundial das Redes Sociais. Facebook teve maior queda em nove anos no número de perfis em Portugal, mas também tem menos utilizadores frequentes (perdeu 44% desde 2013). Já o YouTube caiu em utilizadores e na popularidade (inclusive nos jovens) durante a pandemia, enquanto o Instagram é o rei do crescimento (tal como o WhatsApp).

É o espaço público por excelência da internet há vários anos, tem tido crescimentos constantes e quase todos que mantém uma presença regular online têm conta numa (ou mais) rede social. No Dia Mundial das Redes Sociais (criado inicialmente há 10 anos pela publicação Mashable), a Marktest apresenta um estudo a que o DV/DN teve acesso que revela que o domínio do Facebook em Portugal já teve melhores dias. Ainda assim, Instagram e o serviço de mensagens WhatsApp (ambos pertencentes ao Facebook), nunca foram tão populares.

A empresa de análise que estuda as redes sociais em Portugal desde 2008 (com mais detalhe em 2011) mostra desde logo que a liderança do Facebook em Portugal como rede social mais utilizada está a perder fôlego desde 2013. Em 2020 apenas 49,4% dos utilizadores indicam que usam com frequência, menos do que os 51,5% em 2019 e os 65,9% em 2018 - o máximo foi em 2013, com 87,9% dos utilizadores a considerarem o Facebook como a rede social que utilizam com mais frequência.

Ou seja, o Facebook perdeu 44% dos utilizadores frequentes que tinha em 2013.

Apesar desta tendência, a rede social de Mark Zuckerberg continua a dominar nesta categoria, no entanto viu a prima (por pertencer ao mesmo grupo) Instagram crescer de forma significativa desde 2017 - na altura 8,9% dos portugueses usava com frequência, em 2020 eram 22,8% (mais 2% do que em 2019). Bem perto está o WhatsApp, também em crescimento, especialmente desde 2018 e com uso frequente para 15,5% - eram 8,9% em 2017.

Já fora do pódio está o YouTube, que perdeu utilizadores frequentes na pandemia - são 5,2% do país -, depois de crescer até 2019 para os 5,8%. O mesmo acontece com o Messenger, outro serviço de mensagens que pertence ao Facebook: caiu de 4,7% em 2019 para 4,1% em 2020. Não estão incluídas outras formas de videoconferência populares na pandemia como Zoom, Teams ou Meet.

Jovens preferem Instagram (e WhatsApp)

O Facebook continua a perder utilizadores frequentes nos jovens dos 15 aos 24 anos - já perdeu a liderança em 2018. O Instagram reina nos jovens, com 57% dos inquiridos a utilizarem com frequência - em 2018 eram 44,6% -, contra apenas 16% no caso do Facebook (menos de metade do que se registava em 2018). Aí o YouTube reclama o pódio, com 10,3% dos jovens a usarem com frequência, ainda assim com uma queda face aos 12% de 2019, mostrando que está atrair menos aos jovens que têm outras distrações na pandemia como o WhatsApp, que quase duplicou num ano - o uso frequente é agora de 10% dos inquiridos em ano de pandemia.

O Facebook perdeu ainda em 2020 nos utilizadores que dizem ter conta na plataforma, naquela que foi a maior queda desde que há registo. Desde 2011 até 2019 (tinha 95,3%) teve um período regular entre os 93% e 95%, mas desceu em ano de pandemia para os 92,2%. Aí WhatsApp e Instagram cresceram em utilizadores em 2020 e aproximam-se a ritmos semelhantes do líder com 80,3% e 73,3%, respetivamente, seguindo-se Messenger e YouTube (em queda após atingir o pico em 2019).

Há ainda a categoria da rede social que os utilizadores mais gostam, com o Facebook a beneficiar da sua notoriedade e presença massificada no país - terá entre sete e oito milhões de utilizadores em Portugal - e a agradar a 32,5% dos inquiridos (uma subida ligeira face a 2019, mas uma queda significativa face a 2018 (39,2%) e 2017 (58,2%). Sem surpresa, o Instagram aproxima-se satisfazendo a 26% dos inquiridos (boa parte dos que usam com frequência, que são 22,8%) e mantendo crescimento todos os anos. Segue-se o WhatsApp (12,8%) e o YouTube (tem 12,6% mas que ao contrário do serviço de mensagens perdeu na satisfação dos utilizadores em ano de pandemia).

Já a nível de notoriedade, a maior novidade é a inclusão do TikTok, que aparece na análise (e só nesta categoria) pela primeira vez e logo com 26,8% dos utilizadores e conhecerem a mais recente rede social. Aí o mediático (por bons e maus motivos) Facebook ganha em toda a linha, com 99,6% dos entrevistados a conhecerem a rede social em 2020 - já registava 98,5% em 2011. O Instagram chega agora aos 87,4% em notoriedade, seguindo-se o Twitter (60,1%).

João Tomé, Dinheiro Vivo

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