Morreu o dono da empresa da Pasta Medicinal Couto

Alberto Gomes da Silva tinha 85 anos e estava em recuperação após sucessivos AVC no último ano.
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Alberto Gomes da Silva, administrador da Couto S.A. e presidente da Fundação Couto, morreu este domingo, aos 85 anos, revelou a empresa centenária que produz a famosa Pasta Medicinal Couto num comunicado publicado no Facebook.

"O espírito trabalhador, o seu caráter visionário e dedicado, juntamente com o seu sentido de ética estiveram sempre presentes nos momentos decisivos da sua vida", lê-se no texto na página Couto, S,A., onde se revela que Alberto Gomes da Silva estava em recuperação após sucessivos AVCs no último ano.

"Um homem apaixonado, Alberto Gomes da Silva tinha como mote "descobrir a vida por entre sorrisos" e esse foi o fio condutor da sua vida, tendo dedicado muito do seu tempo à obra que foi um dos seus grandes amores: a Fundação Couto", acrescentam.

Alberto Gomes da Silva começou a trabalhar com o tio Alberto Ferreira do Couto na então denominada "Farmácia Couto", tendo aprendido "o ofício pela prática" e desempenhado "diversas funções na fábrica desde as mais funcionais às mais técnicas".

"Tal como até aqui, e durante a ausência na sua recuperação, estamos empenhados em honrar o seu propósito e continuar o seu legado, continuando a trabalhar para pôr sorrisos na boca de toda a gente, seja através dos produtos que tanto o orgulhavam, seja pelo apoio à comunidade local", diz o comunicado.

A morte de Alberto Dionísio Ribeiro Gomes da Silva, "fundador da Fundação Couto, com vasto e reconhecido trabalho social em Vila Nova de Gaia", foi também divulgada pela agência funerária Servilusa, em comunicado.

As origens da Couto S.A. remontam a 1918. Nesse ano surgiu, no Porto, a Flores e Couto, que em 1932 viria a chamar-se Couto, Lda., cuja administração ficaria a cargo de Alberto Ferreira do Couto, tio de Alberto Dionísio Gomes da Silva.

Alberto Ferreira do Couto criou, em 1932 e com a colaboração de um dentista, a Pasta Medicinal Couto.

Em 1974, após a morte do tio, Alberto Dionísio Gomes da Silva assumiria a administração da empresa, responsável também por produtos como o Restaurador Olex.

Em 2012, Alberto Dionísio Gomes da Silva avançava à Lusa as intenções de vender a empresa até 2017, mas a história da centenária marca portuguesa acabou por ser agitada por um casamento.

Alberto e Alexandra Matos, gestora empresarial, deram o nó e a empresa manteve-se nas mãos da família Couto, com um novo fôlego de expansão dos negócios e que se traduziu em aumentos de vendas de 20% ao ano, como revelou o administrador à Lusa em 2019.

O crescimento de vendas, que atingiu um volume de negócios de um milhão de euros em 2018, deveu-se ao investimento na criação de novos produtos de beleza com 'design' retro, mas também ao turismo, justificou na altura a diretora comercial.

Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Áustria, EUA e Coreia são os principais destinos dos produtos Couto, feitos num laboratório fiel "à tradição" e "antigas receitas".

De acordo com as informações, o corpo estará em Câmara Ardente na Igreja de Nossa Senhora da Lapa esta segunda-feira, a partir das 14h, estando o funeral marcado para terça-feira, dia 9 de maio, pelas 10h15.

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