Meta do Governo só é cumprida com défice até 1,1% no 2.º semestre
O que "implica uma redução do défice consideravelmente mais acentuada do que a observada até junho", alerta o Conselho de Finanças Públicas.
O Conselho de Finanças Públicas (CFP) alertou hoje que o défice no último semestre do ano não poderá ser superior a 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para que a meta do Governo para 2015 seja cumprida.
"O cumprimento da meta estabelecida para 2015 implica uma redução do défice na segunda metade do ano consideravelmente mais acentuada do que a observada até junho", adverte a entidade liderada por Teodora Cardoso, num relatório hoje divulgado sobre a evolução económica e orçamental até ao final do primeiro semestre deste ano.
O CFP sublinha que "para atingir um défice ajustado de 2,8% do PIB em 2015 será necessário que o défice ascenda a 1,1% do PIB na segunda metade do ano, ou seja, inferior em 1,5 pontos percentuais do PIB (1.277 milhões de euros) ao verificado em idêntico período do ano transato".
Com metade do ano decorrido, lembra o Conselho, o défice registado, que foi de 4,7% em contabilidade nacional, "representa 80,6% do valor nominal (ajustado) previsto para 2015, enquanto em igual período do ano anterior correspondia a menos de dois terços do valor atingido no final de 2014".
O défice orçamental atingiu 4,7% do PIB no final do primeiro semestre de 2015, segundo dados divulgados no final de setembro pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), um valor superior à meta de 2,7% estabelecida pelo Governo para a totalidade do ano.
"No conjunto do primeiro semestre de 2015, o saldo global das administrações públicas fixou-se em 4.092,9 milhões de euros, correspondendo a 4,7% do PIB", o que compara com um défice de 6,2% registado em igual período do ano passado, escreveu a entidade na altura.
O CFP recorda ainda que, em termos não ajustados, o défice orçamental encontra-se dois pontos percentuais acima da meta prevista pelo Governo para o conjunto do ano (que é de 2,7% do PIB), mas destaca que "existem sinais que permitem antever que esse desvio se atenue no terceiro trimestre".