Centeno sondado para substituir Dijsselbloem na liderança do Eurogrupo

Socialistas europeus preferem um ministro das Finanças do Sul da Europa, mas o Governo português não quer que Centeno vá
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Mário Centeno é um dos nomes mais falados para substituir o holandês Jeroen Dijsselbloem na liderança do Eurogrupo e terá sido já abordado pessoalmente para ocupar o lugar do atual presidente, que levantou polémica ao dizer, em entrevista, que os países do sul da Europa gastavam demasiado em "copos e mulheres".

A notícia é avançada este sábado pelo semanário Expresso: a preferência dos socialistas europeus será para um líder de um país do Sul, mas o Governo português não concorda com a escolha de Centeno, preferindo não ter um ministro das Finanças dividido entre Lisboa e Bruxelas. Fontes governamentais citadas pelo semanário referem que Centeno tem ainda muitos dossiers para negociar com a Comissão Europeia, daí a hesitação do Executivo, que preferiria não ter o ministro "preso" à presidência do grupo dos ministros das Finanças da zona euro. Além de que estar na liderança do Eurogrupo poderia ser um fator de "inibição" para que Centeno lutasse pelos interesses portugueses junto das instituições europeia. Porém, nada impedirá que o ministro das Finanças português assuma a liderança do Eurogrupo quando estas negociações estejam finalizadas, admite o Executivo, segundo a mesma fonte.

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Em Bruxelas, e dados os resultados que Portugal alcançou recentemente ao nível do crescimento e défice, "a porta está aberta" para Centeno, refere o Expresso, que adianta que há outras duas opções em consideração para a presidência do Eurogrupo: o comissário francês Pierre Moscovici, responsável pelo euro, que passaria a acumular o cargo com a liderança do Eurogrupo - solução que não está contemplada no protocolo do Eurogrupo, que elege o representante máximo - ou Luis de Guindos, o ministro espanhol que concorreu contra Dijsselbloem em 2015. Mas este último não estará interessado em ocupar o lugar nesta altura, tendo dado a entender que prefere esperar pelo BCE e eventualmente assumir o lugar do português Vítor Constâncio, cujo mandato na vice-presidência termina em 2018.

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