Encerrar a TAP custaria "infinitamente mais" do que o valor que injetámos
Pedro Nuno Santos destacou que a diferença entre salvar ou não a TAP é Portugal ter ou não centralidade na Europa.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação defendeu esta segunda-feira, em Lisboa, que encerrar a TAP custaria "infinitamente mais" do que o valor injetado para salvar a companhia, sublinhando que em causa estavam 3.000 milhões de euros em exportações.
Relacionados
"Não salvar a TAP custaria infinitamente mais do que o que nós injetámos", defendeu Pedro Nuno Santos, na inauguração da exposição comemorativa do 77.º aniversário da TAP, no Museu do Ar, em Sintra.
O governante destacou que a diferença entre salvar ou não a TAP é Portugal ter ou não centralidade na Europa.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Pedro Nuno Santos defendeu ainda que a celebração do aniversário da TAP representa também a força de uma "parte considerável" do país, que trabalhou para evitar o encerramento da empresa.
"Este é um grande momento histórico que premeia a resiliência e determinação e força de muita gente de uma parte considerável do país", afirmou, referindo que esta é "uma data muito importante" e uma "das mais importantes" do ponto de vista profissional.
O titular da pasta das Infraestruturas e da Habitação lembrou que encerrar a TAP significaria também perder 3.000 milhões de euros em exportações, dados que não consideram o impacto da pandemia da covid-19, nem o conflito na Ucrânia.
"Tivéssemos nós uma empresa de sapatos que exportasse 3.000 milhões de euros por ano, nós não a podíamos deixar fechar", exemplificou, referindo que a TAP é um dos maiores exportadores líquidos do país.
A Comissão Europeia informou em 21 de dezembro que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, havendo ainda lugar a compensações relacionadas com a pandemia de covid-19, com 462 milhões de euros referentes ao primeiro semestre de 2020, 107 milhões ao segundo semestre, e a compensação referente ao primeiro semestre de 2021.
O ministro lembrou ainda que "muitos apostavam no fim da TAP e o desejavam", sublinhando que na história de Portugal sempre existiram pessoas com medo de avançar.
Nesta mesma cerimónia, a presidente executiva da TAP considerou ser "impressionante" o peso da companhia na economia nacional, notando que estes são tempos de mudança.
"A TAP celebra hoje 77 anos de vida, uma vida marcada por altos e baixos, alegrias e dias menos bons. Fazem todos parte da memória do que somos. É impressionante o peso da nossa companhia na nossa economia e património coletivo", afirmou Christine Ourmières-Widener.
Para esta responsável, vivem-se "tempos de mudança", com uma nova rota "rumo a um futuro sustentável"