Carlos Moedas sobre o Grupo Espírito Santo: "Não tinha poderes para agir"
Carlos Moedas, antigo secretário de Estado Adjunto de Passos Coelho, está esta terça-feira a ser ouvido na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.
Carlos Moedas, antigo secretário de Estado Adjunto de Passos Coelho, reafirmou esta terça-feira que recebeu Ricardo Salgado em maio de 2014, mas frisou que não lhe cabia a si tomar decisões nem agir para tentar resolver as dificuldades financeiras do Grupo Espírito Santo (GES).
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Moedas lembrou que reuniu com Salgado, antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), para ouvir as suas preocupações sobre a situação no GES, frisando que se tratava de um problema numa empresa privada e que "não tinha poderes para agir".
"Era a minha função no Governo fazer alguma coisa sobre isso? Não era", declarou Moedas aos deputados.
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Sublinhou que o Governo de Passos foi o único que disse "não" a Salgado. "Nós dissemos que não a Ricardo Salgado. Não há dúvida sobre isso", frisou.
O atual candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa está hoje a ser ouvido na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução. O antigo governante foi chamado à comissão na sequência de uma proposta submetida pelo Partido Socialista.
Carlos Moedas foi convocado no âmbito de contactos que manteve com Ricardo Salgado nos meses que antecederam a resolução do banco, em agosto de 2014. O antigo governante já tinha sido ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o BES, tendo prestado esclarecimentos por escrito.
A audição de Moedas gerou críticas por parte do CDS, do PSD e da Iniciativa Liberal. O deputado social-democrata Duarte Pacheco afirmou que o PS está a fazer uma instrumentalização política da comissão.