Dinheiro
01 outubro 2022 às 19h29

Paula Pinho: "Putin vai provocar uma aceleração da transição energética que não seria concebível"

Responsável europeia da energia acredita que metas da descarbonização serão cumpridas e ambição até aumentou. Pobreza energética é uma preocupação da CE, que não vê vantagem, antes riscos no alargamento do mecanismo ibérico do gás.

Joana Petiz e Patrícia Bentes (TSF)

Paula Pinho é diretora na pasta da energia da Comissão Europeia (CE), responsável pela transição justa, consumidores, inovação e eficiência energética. Ocupou lugares no gabinete do comissário para a economia digital e energia e esteve envolvida nas negociações entre a União Europeia, a Rússia e a Ucrânia para o gás. Advogada de formação, chegou à CE em 2000, estando ligada à DG Energia, onde ajudou a pensar a transição para a descarbonização desde 2015.

O governo português tem reclamado com orgulho estar à frente e ser um exemplo para os restantes Estados-membros em matéria de descarbonização e renováveis. Como é que Bruxelas olha para o caminho português?
Portugal tem feito, ao longo de vários anos, um esforço significativo na descarbonização e é hoje o quinto país da União Europeia (UE) com maior peso de renováveis no mix energético, com 41%. Este valor é bom e é mais ambicioso do que a meta estabelecida a nível europeu. Portugal tem também a ambição de atingir 100% de energias renováveis até 2050, o que também é muito bem-vindo, e foi o primeiro país a adotar a lei do clima, encerrando antes do previsto as suas centrais de carvão. Portanto, concordamos que Portugal tem tido um bom desempenho na trajetória de descarbonização. Penso que também tem sido importante um certo consenso nacional generalizado dos maiores partidos no que toca à sustentabilidade e é sempre muito bem-vindo que possam entender-se em algo que devia ser evidente para todos. Também tem grandes avanços no que toca a leilões de espaço eólico offshore e solar. Sabemos que aí há desafios a nível europeu, nem sempre é fácil, mas tem havido grandes e bons progressos em Portugal que têm facilitado projetos de energia renovável.

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