A subida dos preços dos combustíveis nas últimas semanas tem gerado uma grande dor de cabeça para muitas famílias e empresas. Resultado, em parte, da subida da cotação do petróleo nos mercados internacionais, é apenas a ponta de um novelo muito maior. É que nem só o ouro negro tem estado a escalar. A cotação dos metais industriais tem seguido em alta, impulsionada pelos receios de que a crise energética penalize a produção quando há pouco stock; o preço do açúcar tem estado acima dos níveis pré-pandémicos e o algodão registou máximos de mais de dez anos. Só para dar alguns exemplos. A indústria paga mais para ter matéria-prima para produzir e o consumidor está perante um cenário potencial de menos oferta e de preços dos bens mais caros. A escassez de algumas matérias-primas pode perdurar até meados do próximo ano, admitem os analistas. E haverá algumas que podem continuar com preços altos por mais tempo, devido aos planos de recuperação que a maioria das economias desenvolvidas tem em curso. Mas vamos por partes.