Dinheiro
20 março 2023 às 21h12

Credit Suisse tira até 2,7 milhões ao Fundo de reserva da Segurança Social

O último relatório do Fundo que serve de almofada para pagar pensões indica que foram compradas 171 380 ações do banco suíço que agora poderão valer quase nada.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), que serve de almofada de reserva para pagar pensões de velhice, arrisca levar um tombo de 2,7 milhões de euros com o Credit Suisse. Segundo o último relatório e contas do FEFSS, que data de 2021, o Fundo tinha adquirido 171 380 ações do banco suíço pelo valor de 2,7 milhões de euros.

Com a consecutiva desvalorização das ações do Credit Suisse e a sua conversão para ativos do UBS, banco que adquiriu a instituição de crédito, o Fundo da Segurança Social pode perder todo o dinheiro ali investido.

No entanto, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, garantiu, na semana passada, que a exposição do Fundo de Estabilização Financeiro da Segurança Social (FEFSS) à queda histórica em bolsa do Credit Suisse é "ínfima".

"O que lhe garanto é que, de facto, a exposição é mínima ou ínfima (...) fruto de uma grande capacidade de diversificação das próprias aplicações. É isso que temos sempre de salvaguardar através do Fundo de Estabilização que é exatamente a não dependência excessiva do mercado", afirmou na altura Ana Mendes Godinho.

De facto, e segundo o relatório e contas de 2021, a exposição do Fundo ao Credit Suisse é de 1,47 milhões de euros, o que no conjunto da carteira de 23,2 mil milhões, representa apenas 0,00634%.

Este Fundo é uma reserva da Segurança Social que tem como objetivo assegurar o pagamento de até dois anos de pensões. Até à primeira metade de 2022, só tinha provisões para cerca de ano e meio.

Salomé Pinto é jornalista do Dinheiro Vivo