Como estão as relações comerciais entre América Latina e Europa, especificamente Portugal?
A Europa continua a ser um parceiro relevante para a maioria das nossas economias, sendo segundo ou terceiro parceiro na maioria das economias da América Latina e Caribe e há também grande relevância de investimentos. Historicamente, a Europa é um investidor direto estrangeiro de peso, gerando emprego e transferência de conhecimento. E a covid gerou consenso sobre a necessidade de alinhar esforços globais para uma agenda de desenvolvimento sustentável que responda aos desafios sociais e ambientais. Somos chamados a ter um papel na recuperação mas também na agenda digital e há oportunidades de colaboração importantes a surgir nos próximos anos em áreas como a ação climática, conservação da biodiversidade e desenvolvimento tecnológico. A América Latina tem um papel crucial como fornecedor de recursos naturais para a energia, construção e inovação e continuará a ter papel fundamental na transição para economias mais verdes e digitais. Temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e potencial para as renováveis, além de recursos naturais essenciais a essa aposta, bem como às fontes tradicionais necessárias durante o processo de transição. Este cenário favorece o estreitamento de relações. Podemos ser parte da solução para os reptos energéticos e até como fornecedor de alimentos para a Europa no contexto da guerra na Ucrânia.