08 setembro 2018 às 21h28

Vendas da Nike crescem 31% após campanha polémica

Fabricante utilizou como rosto de campanha publicitária um jogador de futebol americano que se recusou a permanecer de pé durante o hino norte-americano

David Pereira

Poucos dias depois de a Nike ter utilizado como rosto de campanha publicitária Colin Kaepernick, jogador de futebol americano recusou-se a permanecer de pé durante o hino norte-americano, as vendas da fabricante subiram 31%, dizem alguns analistas.

Temia-se que a campanha polémica pudesse afetar negativamente as vendas, mas os números mostram o contrário, segundo o The Guardian. De acordo com a Edison Trends, empresa de investigação de comércio digital, "as vendas da Nike cresceram 31% de domingo a terça-feira durante o Dia do Trabalho deste ano, superando o aumento comparativo de 17% no ano passado".

A empresa de equipamentos desportivos lançou uma primeira versão do seu anúncio na segunda-feira, o feriado do Dia do Trabalhador nos Estados Unidos. Apresentava Colin Kaepernick e o slogan "Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo. Apenas faça isso".

O jogador, quarterback de posição, está sem equipa desde que terminou contrato com os San Francisco 49ers, em março de 2017.

Em 2016, na sequência de vários episódios de violência policial contra minorias étnicas nos Estado Unidos, ele e outros companheiros começaram a ajoelhar-se antes do início dos jogos, no momento de escutar o hino. O movimento de protesto alastrou-se a vários jogadores de diferentes equipas e de vários desportos, provocando a ira dos adeptos mais conservadores, bem como de políticos republicanos, entre os quis Donald Trump.

Jogador na NFL durante seis temporadas, Colin Kaepernick já era um atleta patrocinado pela Nike desde 2011, mas tinha deixado de aparecer em campanhas da marca desde que rebentou a polémica dos protestos durante o hino americano.

Na altura, Trump sugeriu aos donos das equipas da NFL que despedissem os jogadores que protestassem durante o hino e aconselhou Kaepernick a "encontrar um país que seja melhor para ele".