15 julho 2018 às 20h33

Pussy Riot reivindicam invasão de campo na final do Mundial 2018

Um grupo de pessoas invadiu o campo do França-Croácia durante a final deixaram um comunicado com 6 exigências e publicaram uma foto com Mbappé. Já tinham tentado invadir o Portuga-Uruguai

Isaura Almeida

Um grupo de homens e mulheres vestidos de agentes da polícia invadiram o relvado do Estádio Lujniki durante o jogo da final, entre França e Croácia. O jogo foi interrompido e os invasores de campo travados pela segurança do estádio, mas o assunto ainda está a dar que falar. É que as Pussy Riot, o grupo de punk rock feminista russo famoso pelas demonstrações políticas e que já estiveram presas por isso mesmo, reivindicaram a invasão, tendo inclusive publicado uma fotografia em que uma das invasoras aparece a cumprimentar Mbappé.

A declaração foi feita através do Twitter: "Fotos e vídeos em alguns minutos. Olá a todos no Estádio Lujniki. É fixe estar aqui". E pouco depois, em comunicado: "Hoje faz 11 anos da morte do grande poeta russo Dmitry Prigov. Prigov criou a imagem de um agente da polícia, um portador celestial da condição da nação na cultura russa. O polícia celestial, de acordo com Prigov, fala bidirecionalmente com o próprio Deus. O polícia terrestre prepara-se para dispersar manifestações. O polícia celestial gentilmente toca uma flor num campo e aproveita as vitórias da equipa de futebol russa, enquanto o polícia terrestre sente-se indiferente à greve de fome de Oleg Sentsov. O polícia celestial enaltece-se como um exemplo da condição da nação enquanto o polícia terrestre magoa toda a gente (...) O polícia celestial protege o sono dos bebés, o polícia terrestre faz presos políticos e prende-os por fazerem gostos e partilhas [nas redes sociais]."

Depois de explicarem as motivações da invasão as Pussy Riot terminam mesmo a fazer seis exigências: "Libertem todos os presos políticos, não prendam pessoas por causa de gostos, parem as detenções ilegais durante as manifestações, permitam competições políticas no país, não fabriquem acusações criminais e não mantenham pessoas presas sem motivos; e transformem o polícia terrestre num polícia celestial."

Ainda segundo o comunicado do grupo de Nadejda Tolokonnikova e Maria Alekhina aplaude o sucesso da invasão, depois de outras terem sido travadas a tempo. Uma delas no jogo entre Portugal e Uruguai, que foi impedida a tempo pelas autoridades.