Depois de Rui Patrício, o contingente luso no plantel do Wolverhampton pode conhecer o oitavo elemento: João Moutinho. O médio de 31 anos está próximo de rumar ao emblema do Molineux, recém-promovido à I Liga inglesa, após cinco anos no Mónaco.
A confirmar-se, será o 12.º jogador português da história dos Wolves, que desde julho de 2016 são propriedade do conglomerado chinês Fosun International, próximo do empresário Jorge Mendes e que desde que assumiu os destinos do clube tem apostado na aquisição de futebolistas portugueses, nomeadamente os que o superagente tem em carteira.
Tanto assim é que 10 dos 11 portugueses que estão ou estiveram ligados ao clube foram contratados nos últimos dois anos. A exceção é Silas, antigo médio e atual treinador do Belenenses, que em 2003 trocou a União de Leiria pelo emblema britânico, pelo qual jogou durante uma época na Premier League, antes de ser emprestado ao Marítimo em 2004/05 e de ter saído a custo zero na temporada seguinte para os azuis do Restelo.
No tal verão de 2016, Hélder Costa, Ivan Cavaleiro, João Teixeira e Sílvio chegaram ao velhinho Molineux, inaugurado em 1889. Os dois primeiros, ambos provenientes do Mónaco, afirmaram-se e por lá continuam; os dois últimos, oriundos de Benfica (por empréstimo) e Atlético Madrid, respetivamente, saíram nessa mesma época, na qual os Wolves ficaram em 15.º lugar no Championship, a II Liga inglesa.
No ano passado, Nuno Espírito Santo assumiu o comando técnico, após uma passagem pelo FC Porto, e com ele levou Rúben Neves, que custou 17,9 milhões de euros e se tornou a transferência mais cara de sempre daquele escalão. Também chegaram Diogo Jota (cedido pelo Atlético Madrid), Rúben Vinagre (emprestado pelo Mónaco), Roderick (ex-Rio Ave) e Pedro Gonçalves (ex-júnior do Valência), que não se chegou a estrear oficialmente.
O incremento do número de português foi acompanhado pela aquisição de alguns jogadores ligados ao futebol português, casos do central francês Willy Boly (cedido pelo FC Porto) e do avançado brasileiro Léo Bonatini (ex-Estoril), e resultou na conquista do título do Championship e consequente subida à Premier League. Entre a fação lusa, quem mais se destacou no interior das quatro linhas foi precisamente o mais caro, Rúben Neves, que integrou a equipa do ano da II Liga inglesa e esteve entre os três nomeados para o prémio de futebolista do ano do campeonato, que acabou por ser vencido por Ryan Sessegnon (Fulham).
Agora, na época de regresso à elite do futebol inglês após seis anos de ausência, Jota e Vinagre assinaram a título definitivo e foi contratado Rui Patrício (ex-Sporting) - assim como o avançado mexicano Raúl Jiménez, emprestado pelo Benfica. Ainda há o médio ofensivo Paulo Alves, recrutado há cerca de uma semana ao Liverpool, mas jogará primeiro pelos sub-23. Em sentido inverso, Roderick foi emprestado ao Olympiacos.
E se João Moutinho vier mesmo a assinar, não só o leque de portugueses da história do clube será alargado para 12 e do atual plantel para oito, como ficará ameaçado o recorde de jogadores lusos a atuar em simultâneo pelo Wolverhampton num jogo: seis. Aconteceu na deslocação ao terreno do Burton Albion, a 30 de setembro do ano passado, quando Roderick, Rúben Vinagre, Rúben Neves, Ivan Cavaleiro, Diogo Jota e Hélder Costa foram titulares na goleada por 4-0.
Atuais
Hélder Costa (desde 2016): 79 jogos/17 golos
Ivan Cavaleiro (desde 2016): 77 jogos/14 golos
Diogo Jota (desde 2017): 46 jogos/18 golos
Rúben Neves (desde 2017): 42 jogos/6 golos
Rúben Vinagre (desde 2017): 13 jogos/1 golo
Pedro Gonçalves (desde 2017): -
Rui Patrício (desde 2018): -
Antigos
Silas (2003/04): 13 jogos/0 golos
João Teixeira (2016/17): 20 jogos/2 golos
Sílvio (2016/17): 5 jogos/0 golos
Roderick (2017/18): 19 jogos/0 golos