31 outubro 2018 às 10h58

Golo polémico, VAR e polícia em campo na reviravolta do River Plate

Equipa argentina apurou-se para a final da Libertadores com vitória (2-1) em casa dos brasileiros do Grêmio, graças a um penálti decidido com recurso ao VAR nos últimos minutos

Rui Frias

O árbitro uruguaio Andres Cunha teve de sair escoltado pela polícia do relvado da Arena de Porto Alegre, no final do encontro da segunda mão das meias-finais da Taça Libertadores que deu ao River Plate uma dramática qualificação para a final da prova.

Em desvantagem na eliminatória, depois da derrota na Argentina, na primeira mão, por 1-0, o River viu ainda o Grêmio colocar-se em vantagem também na segunda mão, graças a um golo de Leonardo, aos 36 minutos. E os adeptos brasileiros já iam fazendo a festa nas bancadas quando, nos últimos dez minutos, a equipa de Buenos Aires encetou uma reviravolta tão épica quanto polémica.

A mudança da eliminatória começou com um golo de Borré, aos 82 minutos, num cabeceamento que pareceu ter a ajuda do braço. Depois, aos 86', um remate do argentino Scocco parou no braço do brasileiro Bressan, entrado pouco antes, e o árbitro uruguaio recorreu ao VAR para assinalar um penálti que desatou a contestação entre jogadores e adeptos locais.

A polícia de intervenção teve de entrar em campo para proteger o juiz Andres Cunha da contestação dos jogadores, o penálti levou dez minutos para poder ser marcado, mas, apesar da tensão, Pity Martinez não se deixou afetar e marcou de forma perfeita, completando a reviravolta do River. O jogo acabou após 14 minutos de compensação e o árbitro uruguaio teve de deixar o campo rodeado de polícia.

"Grêmio foi roubado"

No final, o treinador da equipa brasileira, Renato Gaúcho, não poupou nas palavras: "O Grêmio foi roubado. O Grêmio só não está classificado por causa do VAR. Se funciona, eu estaria sorrindo, a torcida feliz, e o Grêmio na final da Libertadores."

Mais do que o penálti final, o maior motivo da fúria brasileira era o lance do primeiro golo, no qual Borré parece tocar a bola com o braço. "Acho que o lance não tem dúvida. Será que era o Stevie Wonder [cantor cego] e não veria? Vendo o jogo naquela cabine, como é que o cara não vê, com aquele monte de câmeras, que o jogador fez o golo com o braço?", questionou Renato Gaúcho, que assim perdeu a hipótese de defender o título continental conquistado na temporada passada.

Já o River Plate fica à espera de adversário para a final. Que pode muito bem ser o seu arquirrival Boca Juniors, que joga esta quarta-feira a segunda mão da outra meia-final contra o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari, em São Paulo, e parte com uma vantagem de dois golos (2-0) obtida na Bombonera, na primeira mão.