07 agosto 2018 às 18h54

Muito domínio, pouca criatividade e um golo para gerir na Turquia

Cervi marcou o golo solitário da vitória do Benfica frente ao Fenerbahçe (1-0), na primeira mão da terceira pré-eliminatória da Champions

Rui Frias

Num jogo que dominou claramente, mas nem sempre da melhor forma, o Benfica conseguiu uma vantagem mínima de 1-0 sobre o Fenerbahçe para gerir na segunda mão desta eliminatória, daqui a uma semana, no sempre difícil ambiente da Turquia.

Cervi marcou o golo dos encarnados, aos 69 minutos, numa jogada que acionou a conexão argentina dos flancos da equipa de Rui Vitória, com Salvio a cruzar rasteiro da direita e a bola a sobrar para o esquerdino, que contou ainda com a preciosa ajuda do guarda-redes turco Demirel, que deixou passar a bola por baixo do corpo.

Um golo que materializou a pressão intensa do Benfica sobre o último reduto do Fenerbahçe desde o início da segunda parte, fase em que os encarnados aumentaram consideravelmente o ritmo de jogo, depois de uma primeira parte de futebol encravado e sem velocidade.

O jogo até começou com um lance de penálti sobre Cervi (agarrado na pequena área) que o árbitro ignorou, mas o Benfica não capitalizou o momento para carregar sobre a equipa turca. Com o reforço argentino Ferreyra na frente de ataque, o "miúdo" Gedson no meio-campo e Vlachodimos na baliza como únicas caras novas em relação à temporada passada, Rui Vitória procurou manter ao máximo o figurino e as rotinas da equipa. Mas as águias voltaram a apresentar um futebol lento e sem imaginação, como tantas vezes foi criticada de fazer na época anterior.

Pouca criatividade

Sem criatividade nem capacidade para romper linhas defensivas dos turcos, o Benfica só criava desequilíbrios nos momentos de recuperação de bola e transição rápida para o ataque. Contudo, também ai faltava critério na definição.

A melhor ocasião apareceu mesmo sobre o intervalo, quando Ferreyra, muito desligado do resto da equipa (e a fazer aumentar os suspiros por Jonas nas bancadas), finalmente ganhou espaço na área, mas acabou por fazer um passe a Demirel.

Sobravam as tentativas de combinação entre os elementos dos corredores (Grimaldo-Cervi e André Almeida-Salvio), os cruzamentos sem sequência e a disponibilidade do jovem Gedson para aparecer em várias zonas. Eram dele, Gedson, também os únicos passes interiores a tentar romper o muro do Fenerbahçe, que apareceu na Luz sobretudo preocupado em não sofrer golos, esticando pouco o jogo até à área encarnada.

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Na segunda metade, o Benfica surgiu então com um ritmo mais intenso na pressão sobre a saída de bola do Fenerbahçe e com maior velocidade na troca de bola, começando progressivamente a abafar a equipa turca junto à sua área. Ainda assim, com pouca imaginação para criar desequilíbrios, as tentativas de remate e penetração ia esbarrando no muro contrário.

Castillo melhor do que Ferreyra

Rui Vitória trocou o dececionante Ferreyra por outro reforço atacante desta temporada, Castillo, e, ainda sem que o chileno tivesse tocado na bola, o Benfica chegou ao golo quase de seguida, após mais um cruzamento de Salvio pela direita ter encontrado Cervi do outro lado da área.

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Se a Castillo pouco mérito pode ser atribuído no golo, no resto da partida o possante avançado que veio da liga mexicana mostrou bem maior utilidade do que Ferreyra, contribuindo com melhor capacidade de receber a bola de costas para a defesa e ligar jogo com os criativos, o que permitiu mais criação interior ao Benfica.

Até ao fim, Castillo tentou duas ou três vezes materializar isso com golo, mas não foi feliz no remate e o Benfica teve mesmo de contentar-se com a vantagem mínima, apesar da enorme superioridade estatística. Se a vantagem é curta ou não, ver-se-á na próxima semana, em Istambul.

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