Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting abre investigação aos resultados da auditoria

Auditoria à gestão dos anos de presidência de Bruno Carvalho revela, de acordo com o Conselho Fiscal e Disciplinar leonino, factos graves que necessitam de apuramento rigoroso das responsabilidades individuais pela prática dos mesmos.

O Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting anunciou esta quarta-feira, através de um comunicado, a abertura de um inquérito de investigação aos resultados da auditoria de gestão do clube leonino entre junho de 2013 e junho de 2018, precisamente os anos de gerência de Bruno de Carvalho. No mesmo comunicado, publicado no site oficial do emblema leonino, é ainda adiantado que o Conselho Diretivo presidido por Frederico Varandas solicitou um inquérito à divulgação não autorizada dos relatórios.

Leia aqui comunicado na íntegra:

"O Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal, tendo recebido do Conselho Diretivo dois relatórios à auditoria de gestão, relativos ao período de Junho de 2013 a Junho de 2018, do Sporting Clube de Portugal e da sociedade participada Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD, face à gravidade dos factos dos mesmos constantes, da sua relevância disciplinar e da necessidade de apuramento rigoroso das responsabilidades individuais pela prática dos mesmos, vem comunicar aos sócios ter deliberado, nos termos do disposto no artigo 19º do Regulamento Disciplinar, aprovado na Assembleia Geral de 17 de Fevereiro de 2018, a abertura de procedimento de inquérito prévio.

Mais se deliberou solicitar ao Conselho Diretivo do Sporting Clube de Portugal, o envio do inquérito interno à divulgação não autorizada dos aludidos relatórios logo que o mesmo se encontre concluído."

Em causa estão atos de gestão durante os dois mandatos, o segundo incompleto, do ex-presidente Bruno de Carvalho, a quem o Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) aplicou a pena de expulsão, tal como ao vice Alexandre Godinho, e a de suspensão aos vices Carlos Vieira e Luís Gestas por nove e seis meses, respetivamente.

Numa conferência de imprensa em fevereiro, Frederico Varandas, presidente do Sporting, desvendou alguns pormenores da auditoria à gestão de Bruno de Carvalho pedida pela atual direção, revelando, entre outras coisas, que o Sporting gastou "1,7 milhões de euros em três anos" com assuntos de advocacia, mais do que o clube gastou com empresas de advocacia em 16 anos.

"O Sporting pagou 1,7 milhões de euros com assuntos da presidência, contactos de Bruno de Carvalho e aconselhamento ao presidente", referiu, revelando que esta quantia foi paga à empresa MGRA, que tem ligações a um ex-sogro de Bruno de Carvalho. O líder leonino referiu ainda uma empresa à qual o clube pagou 60 mil euros, mas que não era reconhecida do Sporting e que acabou por fechar.

Outro dos assuntos levantado na altura por Varandas foi o polémico acordo celebrado entre Bruno de Carvalho e o Batuque FC, clube de Cabo Verde, com o qual o Sporting tinha um "pré-acordo por sete jogadores". "Não existe relatório e, em 2018, foi pedida uma minuta de resolução do contrato. Em maio de 2018 foram pagos 330 mil euros, que ainda não foram restituídos", acusou o presidente leonino.

Mais recentemente, no início deste mês, alguns jornais publicaram excertos da auditoria onde eram levantadas várias dúvidas sobre a gestão de Bruno de Carvalho, como um pagamento de 3,3 milhões de euros no âmbito da contratação de Marcos Acuña, o negócio das transferências dos irmãos Ruiz, comissões a empresários, pagamentos feitos na área de scouting sem rasto, entre outros assuntos.

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