Desporto
23 julho 2022 às 15h45

Três vitórias para Van Aert num só dia, uma delas com ajuda do virtual campeão

O belga da Jumbo-Visma foi 19 segundos mais rápido do que o seu companheiro de equipa e virtual vencedor do Tour 2022 e foi eleito o mais combativo da prova e bateu recorde de pontos.

DN/Lusa

ut van Aert (WVA) conquistou este sábado a terceira vitória na 109.ª Volta a França, a sexta da equipa Jumbo-Visma, ao impor-se no contrarrelógio da penúltima etapa ao camisola amarela, o dinamarquês Jonas Vingegaard... que desacelerou junto à meta oferecendo o triunfo ao colega belga.

Van Aert cumpriu os 40,7 quilómetros entre Lacapelle-Marival e Rocamadour em 47.59 minutos, sendo 19 segundos mais rápido do que o seu companheiro de equipa, segundo e virtual vencedor do Tour 2022, e 27 segundos do esloveno e bicampeão em título Tadej Pogacar (UAE Emirates), que foi terceiro.

"Estou emocionado. Ganhar a Volta a França enquanto equipa é muito especial e, hoje, foi o cenário de sonho. O Jonas é um tipo tão forte, mas, sobretudo, é uma pessoa mesmo boa [...]. Eu quero ganhar corridas e hoje esperava vencer a etapa e que o Jonas pudesse defender a amarela. Aparentemente, ele tem um coração tão grande que pensou o mesmo. É especial", confessou o camisola verde, Van Aert, no final da etapa.

A vitória na etapa não foi o único motivo para o belga festejar. Wout van Aert foi eleito "por unanimidade" o ciclista mais combativo da prova, um prémio extra para o ciclista, que no domingo subirá ao pódio como vencedor da classificação por pontos - 480, um recorde depois da reformulação de 2015.

Principal figura deste Tour, pela sua omnipresença, o incrível Van Aert viu a sua espetacularidade premiada, ao ser escolhido, pelo júri e pelo público, antes mesmo de vencer o contrarrelógio de ontem. O belga sucede ao francês Franck Bonnamour, que, no ano passado o tinha derrotado nos votos do público, depois de ficarem empatados nos votos do júri.

No prémio de combatividade, istituído no Tour em 1952, WVA superou a concorrência do esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates). O belga de 27 anos subirá, assim, duas vezes ao pódio nos Campos Elísios, para ser distinguido como o corredor mais combativo e como portador da camisola verde, uma classificação na qual também já entrou na história.

Domingo, Vingegaard parte para a etapa de consagração da 109.ª edição da Volta a França em bicicleta, uma ligação de 115,6 quilómetros entre a zona parisiense de La Défense e o coração dos Campos Elísios, com 03.34 minutos de vantagem sobre Pogacar, o vencedor das últimas duas edições, e 08.13 sobre Geraint Thomas (INEOS), o campeão de 2018 e vice de 2019 que vai regressar ao pódio final como terceiro classificado.

O dinamarquês elegante como lhe chamam pelas atitudes de grande desportivismo - uma delas neste Tour, quando na 18.º etapa esperou pelo grande rival Pojacar, quando ele caiu e se atrasou na corrida - só tem de chegar a Paris para vencer a Grande Boucle. "[A vitória no Tour] significa tudo. É realmente incrível. É difícil para mim descrevê-lo em palavras. É a maior vitória no ciclismo. E nós conseguimos", começou por dizer o emocionado camisola amarela, que tinha a mulher a filha à espera dele na meta: "Tê-las na meta significa ainda mais para mim."

Vingegaard (25 anos) assumiu que, desde o ano passado, quando foi segundo atrás do ainda bicampeão, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), sempre acreditou que podia conquistar o Tour.

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