Vaiada, Azarenka diz que público de Wimbledon é "bêbado"

Após a sua derrota para a ucraniana Elina Svitolina, num confronto politicamente carregado, a bielorrussa Victoria Azarenka criticou o público de Wimbledon.
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A ucraniana Svitolina venceu por 2-6, 6-4, 7-6 (11/9) ao fim de 2h46 de emocionantes jogadas, marcando assim o confronto dos quartos-de-final com a número um mundial Iga Swiatek. No final, e como tem sido habitual, Svitolina não apertou a mão às adversárias russas ou bielorrussas em protesto contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Azarenka, que levantou a mão na direção de Svitolina, aparentemente num gesto de respeito, abandonou o court ao som de assobios. "Não foi justo. É o que é. O que é que eu posso fazer?", disse Azarenka. "Não fiz nada de errado, mas não consigo controlar a multidão. Não tenho a certeza de que muitas pessoas tenham percebido o que se estava a passar. Mas se as pessoas se vão concentrar apenas nos apertos de mão ou numa multidão bastante embriagada, vaiando no final, é uma pena."

Svitolina e as suas colegas ucranianas recusaram cumprimentar as rivais russas e bielorrussas no recente Open de França. Só que aí foram Svitolina e Marta Kostyuk as vaiadas pelo público parisiense pela sua atitude depois de perderem para a bielorrussa Aryna Sabalenka, número dois mundial. No Open dos Estados Unidos, no ano passado, Kostyuk deu apenas um toque na raquete após a sua derrota para Azarenka.

Svitolina acredita que as vaias poderão acabar se as autoridades do ténis emitirem uma declaração a explicar a posição dos jogadores ucranianos. "Foi assim comigo em Paris. Também foi injusto", disse Svitolina. "Já disse várias vezes que, enquanto as tropas russas não saírem da Ucrânia e não recuperarmos os nossos territórios, não vamos apertar as mãos. Portanto, tenho uma declaração clara".



Apesar da polémica, Svitolina descreveu a vitória como o "segundo momento mais feliz" da sua vida, depois do nascimento da sua filha. "Acho que, depois de dar à luz a nossa filha, este é o segundo momento mais feliz da minha vida", disse Svitolina, que é casada com o tenista francês Gael Monfils. "Quando estava no chão, ouvi-vos a torcer por mim e quase me apeteceu chorar."

"Sei que muitas pessoas no meu país estão a ver e a apoiar-me. Também me sinto responsável", acrescentou. "Quando jogo contra russos e bielorrussos, sinto-me mais pressionada, pois tenho de ganhar. É por isso que é muito importante conseguir este tipo de vitórias. À minha maneira, é importante trazer esta vitória, uma pequena vitória, para a Ucrânia."

Svitolina, de 28 anos, só regressou ao circuito em abril, depois da licença de maternidade. Chegou aos oitavos de final de sucessivos torneios, depois de também ter chegado aos quartos de final do Open de França.

"Quando comecei a jogar novamente, não pensei que estaria aqui. Não pensei que na relva fosse jogar tão bem", acrescentou. "Estou a gostar muito do ambiente, desta oportunidade. Estou muito grata pela oportunidade de jogar aqui."

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