Jorge Jesus, o "indesejado", promete Sporting a jogar "à Benfica"
Técnico justificou saída da Luz e apresentou as primeiras ideias para o Sporting 2015-2016... com aposta na formação.
"No último ano, não me senti desejado e havia um clube que me desejava. Não hesitei. Não discuti verbas nem nada." A transferência mais marcante do defeso, da Luz para Alvalade, foi finalmente justificada pelo seu protagonista. Jorge Jesus falou de passado, presente e futuro, na primeira entrevista televisiva desde que se tornou treinador do Sporting, ao programa Play-Off, da SIC Notícias. Garantiu que não trocou de clube "por questões financeiras" ou de "mudança da política desportiva" e reconheceu que houve sentimento (influência paternal) na decisão. Quanto a 2015-16, prometeu lançar dois jovens da formação no plantel principal e meter o leão a jogar... à Benfica: "Vou tentar imprimir a mesma dinâmica e penso que vou conseguir. A ideia de jogo será a mesma."
Sobre o passado, Jorge Jesus não se quis alongar ("vou ter tempo de falar"), mas lá revelou que deixou o clube encarnado por não se sentir desejado na Luz, ao contrário do que acontecera nos anteriores cinco anos de contrato. E garantiu que preferiu o Sporting a outras propostas mais vantajosas ("de seis a oito milhões de euros"), provenientes do Qatar, da Rússia, da Turquia e da Itália (AC Milan, Inter, Nápoles e Roma). "Quando vi tanto desejo de me contratar, não hesitei. Queriam fazer tudo para me ter no Sporting", frisou o técnico, enquanto respondia, à vez, a perguntas de velhas glórias do futebol português como António Simões, Rodolfo Reis e Manuel Fernandes (que se despediu ontem do formato televisivo, pois vai trabalhar na estrutura do futebol leonino).
O Benfica é um capítulo encerrado ("cresci como treinador e o clube também cresceu"), mas Jesus sublinhou que a boa relação com o presidente encarnado, Luís Filipe Vieira, se mantém e que o clube nunca lhe propôs "baixar a massa salarial". E considerou que, na Luz, "a máquina está montada para ter êxito e continuar a ganhar". Agora, o seu papel será impedi-lo. O Sporting, onde deseja lutar por "ganhar todas as provas", é o presente - e o técnico admitiu que a memória do pai, Virgolino, "teve alguma influência" na escolha.
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