Recorde o percurso de Portugal na fase de qualificação
Seis vitórias, três empates, uma derrota, 20 golos marcados e nove golos sofridos foram o saldo de uma fase de qualificação que remeteu Portugal para o "play-off" de acesso ao Mundial.
A seleção portuguesa de futebol concluiu nesta terça-feira um percurso tudo menos brilhante no grupo F europeu de qualificação para o Mundial2014, falhando o apuramento direto para a fase final, mas salvaguardando o "mínimo": um lugar nos "play-offs".
Com a vitória alcançada na receção ao frágil Luxemburgo, por 3-0, Portugal terminou no segundo lugar - atrás de uma seleção da Rússia que também nunca deslumbrou -, tendo vencido apenas seis dos 10 jogos que disputou, empatado três - dois dos quais em casa -, e perdido um, precisamente, em Moscovo.
À partida para a dupla jornada final de qualificação, a equipa lusa tinha-se visto a perder em cinco dos oito encontros que tinha disputado até essa altura e apenas por uma vez tinha chegado ao intervalo em vantagem, registos que melhoraram após as receções a Israel, apesar do empate 1-1, e ao Luxemburgo.
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Uma campanha pouco exemplar que pode ter outra leitura, pois significou que a "equipa das quinas" foi capaz de virar a seu favor alguns resultados negativos, como aconteceu no Luxemburgo e na Irlanda do Norte, ou, pelo menos, de chegar ao empate, que se registou na receção aos norte-irlandeses e em Israel.
A seleção viveu à imagem do avançado Cristiano Ronaldo, "capitão" e figura de proa da equipa nacional, que terminou a qualificação com quatro golos marcados, muito graças ao inédito "hat-trick" obtido em Belfast, e outros tantos cartões amarelos, que o afastaram dos encontros com o Azerbaijão e o Luxemburgo.
As dificuldades surgiram logo no jogo inaugural, no Luxemburgo, que se adiantou no marcador aos 13 minutos, por Daniel da Mota, e o melhor que a "equipa das quinas" conseguiu perante um adversário que normalmente sai goleado foi virar o resultado para vantagem mínima, com tentos de Cristiano Ronaldo (28) e Hélder Postiga (54).
Portugal pareceu ter entrado em "velocidade de cruzeiro" ao impor-se por 3-0 na receção ao Azerbaijão, mas o primeiro golo surgiu apenas aos 63 minutos, marcado pelo suplente Varela, e os adeptos lusos só descansaram perto do fim, quando Hélder Postiga, aos 85 e Bruno Alves, aos 88, dilataram o resultado.
Há precisamente um ano, Portugal comprometeu seriamente a vitória no grupo no espaço de quatro dias, ao perder por 1-0 na Rússia, na sequência do golo madrugador de Kerzhakov, aos seis minutos, e ao empatar 1-1 em casa com a Irlanda do Norte, de novo graças a Hélder Postiga, que respondeu aos 79 minutos ao tento apontado por Niall McGinn à passagem da meia hora.
O jogo seguinte, em Israel, não poderia ter começado melhor, com um golo de Bruno Alves no minuto inicial, mas os anfitriões viraram o resultado para 3-1, por intermédio de Hemed (24), Ben Basat (40) e Gershon (70), antes de Hélder Postiga reduzir, aos 72, e de Fábio Coentrão minimizar os danos já em período de compensação, ao fixar o empate 3-3.
Sem Cristiano Ronaldo, que tinha visto em Telavive o segundo cartão amarelo na qualificação, a seleção portuguesa só voltou a quebrar a resistência do Azerbaijão na segunda parte, graças a um remate certeiro de Bruno Alves, aos 68 minutos, cabendo ao suplente Hugo Almeida confirmar, aos 79, o triunfo por 2-0 em Baku.
No fecho da época passada, Portugal conquistou uma preciosa vitória por 1-0 em casa sobre a Rússia, somando pela primeira vez duas partidas consecutivas sem sofrer golos e respondendo na mesma moeda à derrota sofrida em Moscovo, graças ao golo marcado aos nove minutos por Hélder Postiga, melhor marcador luso nesta campanha, com seis tentos.
As fragilidades da defesa lusa ficaram bem expostas no jogo seguinte, na Irlanda do Norte, onde esteve a ganhar com um golo marcado aos 21 minutos por Bruno Alves, que se tornou o defesa mais goleador da seleção, com nove remates certeiros, antes de permitir que McAuley (36) e Ward (52) dessem a volta ao resultado.
Após seis jogos em "branco", Cristiano Ronaldo regressou aos golos em grande estilo, resgatando a equipa ao concretizar o primeiro "hat-trick" pela seleção nacional, aos 68, 77 e 83 minutos, tornando-se o segundo melhor marcador da seleção, ultrapassando Eusébio e ficando a quatro tentos do recordista Pauleta.
Com seis alterações forçadas relativamente ao jogo de Belfast, devido a suspensões e lesões, Portugal protagonizou uma exibição descolorida na sexta-feira passada na receção a Israel, pensando ter garantido os "play-offs" com o primeiro golo internacional de Ricardo Costa, aos 28 minutos, mas o erro do guarda-redes Rui Patrício ofereceu o empate a Ben Basat, aos 85.
Hoje, a seleção voltou a não impressionar, inaugurando o marcador apenas quando Aurelien Joachim foi expulso e deixou o Luxemburgo a jogar em inferioridade numérica, por intermédio de Varela, aos 30 minutos, tendo Nani, aos 36, e Hélder Postiga, aos 78, dilatado o resultado e ajudado a reservar um lugar nos "play-offs".