Ricciardi diz que qualquer candidato ao Sporting precisa de 60 milhões de euros
Banqueiro admite ser candidato se o clube for para eleições mas alerta para a existência de "alternativas fortíssimas". E fala que qualquer candidatura terá de ser diferente daquilo que é norma...
José Maria Ricciardi considera que qualquer candidato que se apresente a eleições vai precisar de muito dinheiro. O banqueiro, em entrevista à TVI 24, explicou porque pensa que é necessária uma verba avultada.
"Não tenho uma estimativa mas dependerá do resultado das rescisões destes nove jogadores, se for dada razão aos mesmos e há uma probabilidade razoável que isso aconteça, infelizmente, por tudo o que se passou. Isso tem uma interferência nos valores. As consequências dessas rescisões passarão por pagar os restantes anos de contrato aos jogadores e, além disso, haverá o contrato dos ativos. A perda poderá oscilar entre 100 e 200 milhões de euros. A destituição deste conselho directivo suspenso irá dar alguma possibilidade a que os jogadores reconsiderem. Acredito que alguns jogadores possam voltar atrás. Não direi todos. Ou para ficar no Sporting ou para aceitarem ser negociados pela SAD", disse.
Depois foi confrontado diretamente com o valor de 60 milhões. "Poderá precisar de mais porque corre-se esse risco. Esse será talvez o valor mínimo que esta SAD poderá precisar."
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Na AG de sábado Ricciardi garante que estará "como sócio a votar" por isso apela a "que todos os sócios possam ir a esta Assembleia Geral onde se vai jogar o futuro de uma grande instituição como o Sporting."
Sobre o facto de poder vir a ser candidato, prefere antes saber o resultado da AG mas deixa no ar a possibilidade de futuras candidaturas fugirem à norma: "Eu acho que esse problema não está na ordem do dia, não é querer fugir à pergunta. O que posso dizer é que futuras candidaturas só poderão ocorrer se os sócios nesta AG votarem na destituição do Conselho Diretivo suspenso que existe neste momento. Qualquer candidatura terá de ser um pouco diferente das atuais a instituições como FC Porto ou Benfica. O Sporting está numa situação dramática, em pré-falência, pré-insolvência na SAD, e qualquer candidatura terá de ter uma capacidade económica e financeira muito para além do que seria o normal, até do ponto de vista desportivo. Tem de ser agregadora porque o Conselho Diretivo suspenso dividiu e partiu o clube. Nunca se viu em 112 anos de história andarem uns grupos contra outros."
E continuou confrontado com os nomes de Dionísio Castro e Frederico Varandas, sócios que já assumiram candidatura: "Não vou fazer comentários. Acho um bocadinho extemporânea qualquer candidatura agora. Os sócios ainda não votaram se querem que esta direção continue ou não, apesar de eu esperar que não. Se gostava de algum nome? Não tenho pensado nisso. Se os sócios decidirem pela destituição do que resta do Conselho directivo, haverá 45 a 60 dias para encontrar uma candidatura muito forte, extremamente agregadora, que não dependa só de uma pessoa e que consiga mobilizar um conjunto importante de fundos que possa fazer face à situação dramática em que este Conselho Diretivo colocou o Sporting. Também quero dizer que nós, na próxima época, vamos jogar com uma equipa praticamente B e não vamos ter qualquer veleidade em tentar disputar seja o que for, porque é a consequência da situação criada no Sporting. Há que ter coragem para dizer que vamos passar por um período que será transitório, senão poderíamos caminhar para um período que chamaria de belenização."
Novamente sendo confrontado com a possibilidade de ser candidato: "Admito e não estou com falsas modéstias mas existem outras alternativas fortíssimas no Sporting. Não faltarão sportinguistas que possam ser candidatos se os sócios assim o decidirem."