O rali de Portugal como bandeira do Norte contra a centralização

Entre slogans como "o bom filho a casa torna" e ataques cerrados à retirada de apoio do Turismo de Portugal, a apresentação em Matosinhos teve um inflamado tom regionalista.

O troço mais simbólico é o de Sintra ou o de Fafe (ou o de Arganil)? O rali é mais espetacular a sul ou a norte? O público nortenho é mais apaixonado ou malcomportado? A "legitimidade" para reclamar a organização do rali de Portugal alimentou sempre discussões regionalistas ao longo dos tempos e a concretização do regresso da prova ao Norte, a partir deste ano, arrastou consigo a polémica.

Ontem, ao fim da tarde, quem tivesse entrado sem aviso prévio no auditório da Exponor, em Matosinhos, poderia pensar estar em pleno comício de campanha pró-regionalização. Após uma década a rodar pelas estradas do Algarve, o regresso do rali de Portugal ao Norte serve de bandeira contra a centralização. E a retirada do apoio do Turismo de Portugal à prova, anunciada em julho passado pelo Ministério da Economia, foi o combustível que inflamou os discursos.

Como o do anfitrião Guilherme Pinto, autarca de Matosinhos, concelho que acolherá (precisamente na Exponor) o centro de operações da organização do rali, que este ano vai disputar-se entre 21 e 24 de maio. "É uma vergonha que o rali deixe de ter interesse turístico quando sai do Sul para o Norte. Isto só cabe nalgumas cabeças pensantes, o que se calhar explica porque é que o país tem os desequilíbrios que tem", acelerou de prego a fundo o presidente da câmara, agitando este Vodafone Rali de Portugal 2015 como um exemplo da força que a região pode ter: "Este é um momento histórico em que, não obstante nos terem batido com a porta, as entidades e público do Norte viabilizaram o regresso do rali."

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