"Agora todos querem ver a onda da Nazaré"
Tem sido uma autêntica peregrinação à cidade para ver McNamara surfar a maior onda do mundo. O surfista havaiano, que colocou a onda gigante nas primeiras páginas da imprensa mundial, ainda não quer festejar os 34 metros: "Não sei se é um recorde mundial. É efetivamente muito grande".
"As ondas sempre lá existiram. Todos os anos viravam barcos. Uma tragédia para os pescadores. Apareceu aí um 'maluco' de um surfista americano e agora temos uma romaria para ver o homem a descer a onda." Vítor Joaquim é um dos pescadores apanhados pelo inesperado movimento que obrigou a polícia a condicionar o trânsito na pacatez do inverno na Nazaré. "O homem tem valor. Para subir à altura de um prédio de 20 andares com o mar naquele estado tem de ter coragem. É uma coisa importante", acrescenta quando faz mais um lançamento com a sua cana de pesca.
Desde segunda-feira, milhares de pessoas deslocam-se ao farol da Nazaré para ver o havaiano Gareth McNamara surfar a maior onda do mundo na praia do Norte. Um peregrinação ao santuário das onda gigantes. Horas de espera para, em segundos, vê-lo subir a 34 metros de um parede de água e dominar a força do mar para descer a pique sobre uma prancha. O jornal britânico The Times deu grande destaque na primeira página à onda gigante que McNamara deu a conhecer ao mundo e que lhe pode valer um novo recorde mundial.
McNamara ainda tem dúvidas: "Não sei se é um recorde mundial. É efetivamente muito grande. Vou continuar a surfar ondas grandes, e se aparecerem maiores eu tentarei lá estar", disse ao DN o veterano surfista "caçador de ondas gigantes" que se desdobrou toda a tarde de ontem em entrevistas às grandes cadeias de televisão, como a NBC e a TVE . Especialistas da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), em Lisboa, mediram as duas ondas surfadas por Garrett McNamara na Nazaré, em 2011 e agora em 2013, recorrendo ao mesmo programa informático e usando como referência a prancha do surfista. Concluíram que a onda de 28 de janeiro de 2013 tinha 34 metros, enquanto a de 2011 tinha 31. "Não vamos ainda anunciar o recorde enquanto a entidade oficiais não o fizer", defende a organização do evento. Para o havaiano, as ondas da Nazaré são diferentes porque são"simplesmente mágicas" e aconselha os mais jovens surfistas: "Façam um plano para atingirem os objetivos e acreditem que tudo é possível."
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