Na casa do Benfica houve muito Casillas a segurar o empate
"Jogo do título" deixou tudo na mesma. Guarda-redes espanhol do FC Porto defendeu tudo depois da "traição" de Maxi ao antigo clube
E o jogo decisivo... nada decidiu. Benfica e FC Porto empataram a um golo e continuam separados por um ponto no topo do campeonato, numa partida que, sobretudo na segunda metade, justificou as expectativas criadas - muita luta e garra de parte a parte, com a formação de Rui Vitória, que continua a não conseguir bater os dragões desde que chegou à Luz, a superiorizar-se na parte final, altura em que Casillas puxou dos galões e segurou a igualdade com um punhado de grandes defesas. Jonas, de penálti, e Maxi Pereira, aproveitando um mau corte de Lindelöf, escreveram a história de um jogo em que ninguém se pode queixar da arbitragem de Carlos Xistra, que utilizou o bom senso do primeiro ao último minuto.
Para o jogo de ontem, Rui Vitória e Nuno Espírito Santo acabaram por reservar algumas surpresas: o técnico ribatejano optou, tal como fizera com o Sporting, por dar a titularidade a Rafa no lado esquerdo do ataque - desta feita, sem grandes resultados práticos -, enquanto a presença de Fejsa nos convocados se revelou um bluff, com Samaris a atuar na posição 6; do outro lado, André Silva começou o encontro no banco, com o mexicano Corona a surgir no onze inicial, deixando Tiquinho Soares sozinho na frente de ataque - o certo é que o brasileiro sentiu muitas dificuldades nesse papel e quase não se viu.
Começou melhor o Benfica, lutando por cada bola como se disso dependesse a vida de cada jogador, impulsionado pelo apoio que vinha das bancadas. Essa agressividade inicial permitia à equipa recuperar a bola rapidamente, remetendo o FC Porto para o seu meio-campo, e acabou por dar os seus frutos bem cedo, quando Jonas, solicitado por Salvio, entrou na área e acabou no chão após um contacto com Felipe, com Carlos Xistra a apontar bem para a marca dos 11 metros. O melhor marcador da época passada não vacilou e rematou ao meio da baliza, batendo Casillas por pouco.
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Com sete minutos jogados e o Benfica em vantagem, a Luz entrou em delírio, transformando-se num vulcão quando o marcador do golo foi chocar, pouco depois, com Nuno Espírito Santo. Passado o pequeno sururu, o FC Porto começou a reagir, depois de mais uma escapada de Nélson Semedo culminada com um remate disparatado. Óliver respondeu na sequência de um canto, antes de Rafa passar por Maxi como um foguete - Felipe impediu que a bola chegasse à zona central na sua melhor intervenção no jogo. E foi de bola parada que as duas equipas se aproximaram do golo: Brahimi obrigou Ederson a defesa complicada na sequência de um livre direto (37") e Luisão errou o alvo por pouco, depois de uma falta cobrada por Pizzi (41").
História repete-se... ao contrário
A segunda metade foi bastante melhor. Em desvantagem, o FC Porto entrou mais forte e também foi recompensado cedo. Quatro minutos após o reinício, Brahimi inventou um lance na esquerda que, depois de cortes, ressaltos e remates variados foi aliviado para a zona central por Lindelöf. A bola caiu na zona onde estava Maxi e o uruguaio não perdoou, correndo de imediato para a zona dos agora seus adeptos para celebrar.
O FC Porto ainda podia ter chegado à vantagem, numa correria de Soares que, depois de passar Nélson Semedo, acabou desarmado pela intervenção corajosa de Ederson, mas acabou aí em termos ofensivos e a última meia hora foi toda do Benfica. Aí coube a Casillas segurar o ponto que mantém tudo em aberto. Aos 62" e 65", evitou que Jonas bisasse - o brasileiro ainda teria um cabeceamento ao lado na sequência do canto que resultou do segundo lance.
Enquanto os bancos iam tentando mudar os acontecimentos, o espanhol voltou a ser decisivo aos 72", com uma dupla defesa a remates de Mitroglou e do inevitável Jonas. Estava escrito que o empate (que deixa as equipas em total igualdade no confronto direto) não seria desfeito.