27 fevereiro 2018 às 00h12

Champions sem VAR. "Ainda há muita confusão", diz presidente da UEFA

Aleksander Ceferin quer aguardar para ver como se porta o videoárbitro no Mundial. UEFA vai distribuir 371 milhões no Euro 2020.

Nuno Fernandes

O videoárbitro não vai ser utilizado na edição da próxima época da Liga dos Campeões, ao contrário do que chegou a ser sugerido. A garantia foi dada ontem por Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, durante um congresso em Bratislava, na Eslováquia, com o máximo dirigente do organismo que tutela o futebol europeu a admitir que ainda existe "muita confusão" em torno do VAR.

"Poderá ser um bom projeto, útil para o futebol, mas não nos podemos precipitar a tomar esse tipo de decisões. Ninguém sabe exatamente como funciona. Ainda há muita confusão. Mas atenção, isto não significa que eu esteja contra e que no futuro não vá acontecer. Vamos ver o que vai acontecer no Mundial da Rússia (Gianni Infantino, presidente da FIFA, já disse que quer o VAR na prova, faltando apenas o OK do International Board ) e depois decidiremos. Mas primeiro temos de educar os árbitros corretamente", referiu Ceferin, que, em finais do ano passado, mostrou-se contra a utilização do videoárbitro no Mundial que se disputa este ano entre 14 de junho e 15 de julho.

Portugal foi um dos países escolhidos pelo International Board para, durante dois anos, testar o videoárbitro. Além do nosso país, esta tecnologia existe ainda em Itália, Alemanha, Holanda (só em alguns jogos), Austrália e Estados Unidos. No Brasil, a maioria dos clubes da Série A vetou, em fevereiro, o uso do videoárbitro no campeonato - devido aos custos que teriam de suportar -, mas a tecnologia será adotada nos jogos da Taça, a partir dos quartos-de-final.

À semelhança de Portugal, também em outros países tem existido alguma discussão em torno do VAR. Na Alemanha, por exemplo, um recente inquérito feito pela revista Kicker aos jogadores, indicou que a maioria era contra.

Prémios do Euro 2020 aumentam

O congresso da UEFA realizado ontem em Bratislava ficou ainda marcado pela aprovação do aumento dos prémios para as seleções que vão marcar presença no Europeu de futebol de 2020, prova que vai realizar-se em 13 cidades europeias de países diferentes. A UEFA vai distribuir mais 70 milhões de euros pelos 24 participantes em relação ao Euro 2016 de França, num total de 371 milhões de euros, ou seja, um aumento de 23%.

As seleções que se qualificarem para o Campeonato da Europa vão receber cada uma, logo à cabeça, 9,25 milhões de euros pela participação. Uma vitória na fase de grupos proporcionará um encaixe adicional de 1,5 milhões (metade em caso de empate), acrescidos de dois milhões em caso de apuramento para os oitavos-de-final da prova. Seguir para os quartos-de--final significa embolsar mais 3,25 milhões, e um lugar nas meias-finais cinco milhões.

O finalista vencido recebe mais sete milhões e o campeão europeu terá direito a 10 milhões adicionais, podendo, caso consiga vencer os três encontros disputados durante a fase de grupos, receber um total de 34 milhões de euros - em 2016, a seleção portuguesa recebeu um bolo total de 25,5 milhões por se ter sagrado campeã da Europa.

A UEFA informou também, durante o 42.º congresso, que vai destinar 775 milhões de euros ao seu programa de solidariedade e desenvolvimento da modalidade, para o período entre 2020 e 2024, mais 30% em relação aos 600 milhões disponibilizados nos quatro anos anteriores. Cada associação deverá assim receber 14,1 milhões de euros no próximo quadriénio, de modo a implementar programas de educação e desenvolvimento, assim como investir em infraestruturas como estádios, campos relvados e centro de treino.