Aposta na prata da casa para recuperar tempos de glória
Futuro do histórico clube da cidade do rio Sado, que já viveu períodos áureos, nomeadamente na década de 70, passa pelas camadas de formação, que contam com jovens talentos à procura de afirmação
Os talentos que despontam todos os anos nas camadas jovens do Vitória de Setúbal têm de estar imbuídos da "mística" do clube da cidade do rio Sado. Uma instituição, histórica, do futebol português, que formou grandes jogadores no passado e que trabalha, no presente, para fornecer futuros grandes "homens e profissionais" ao actual treinador do conjunto sénior, Manuel Fernandes, antigo internacional português e ex-avançado do Sporting e... Vitória de Setúbal, precisamente.
"O nosso objectivo é fornecer, à equipa sénior, o maior número possível de futebolistas", disse Fernando Carvalho, director do departamento de formação do Vitória de Setúbal, em declarações ao DN. "Queremos formar, além de jogadores, homens", acrescentou.
O DN juntou Fernando Carvalho, Fernando Tomé, coordenador geral do departamento de formação e ex-futebolista do Vitória sadino, Quim, igualmente um ex-jogador do clube, treinador dos juniores e coordenador técnico do departamento de formação, Márcio Ragageles, treinador dos juvenis, Sérgio Boris, treinador dos iniciados, e também Manuel Fernandes, treinador dos seniores.
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Debateu-se, em grupo, a realidade actual das camadas de formação do Vitória de Setúbal, um clube com tradição, no presente e no passado recente e mais longínquo, ao nível da formação de futebolistas que se destacaram no futebol português. Uns em representação do Vitória de Setúbal e outros em alguns dos "grandes" nacionais, tendo vários ingressado em clubes estrangeiros.
"Tentamos transmitir-lhes a mística, o significado que deve ter, para os jovens jogadores do Vitória de Setúbal, representar este clube", afirmou Fernando Carvalho, sublinhando, em seguida, o "apoio incondicional" da direcção dos sadinos, presidida por Fernando Oliveira.
"Parte do orçamento da formação é proveniente da direcção", referiu o director do departamento de formação do Vitória de Setúbal ao DN.
Com os iniciados e os juvenis bem lançados rumo à próxima fase dos respectivos campeonatos nacionais, e com uma equipa de juniores em construção, até porque conta com muitos atletas a cumprir o primeiro ano neste escalão, os jovens produto das escolas do Vitória de Setúbal estudam de dia e treinam à noite.
No caso dos iniciados, superam algumas adversidades, designadamente a ausência de "um piso e de iluminação ideais", no pelado dos Estrelas do Faralhão e sob as indicações técnicas de Sérgio Boris.
Já os juvenis e os juniores trabalham, em ambos os casos, nos campos sintético e relvado da Várzea, local igualmente situado na cidade de Setúbal.
"É um facto que gostávamos que todos os nossos atletas treinassem em campos sintéticos ou relvados", admitiu Fernando Carvalho. "Mas tal não é possível ao Vitória de Setúbal", vincou.
Quim, coordenador técnico e treinador dos juniores, é, entre todos os técnicos da formação, o que está mais próximo de Manuel Fernandes. Já dialogaram, naturalmente, e vão continuar a conversar... sobre futuras "estrelas" do histórico Vitória de Setúbal. "Há um jogador dos juniores, não vou dizer qual, que gostei particularmente de ver jogar. Vou chamá-lo, em breve, aos treinos dos seniores", revelou Manuel Fernandes.