Após desconfiança, África do Sul quer impressionar o mundo

Sorteados os grupos, a contagem regressiva começou: faltam 187 dias para se dar o pontapé de saída no primeiro Mundial africano da história. A pátria de Nelson Mandela anseia por provar que está à altura de organizar a maior competição futebolística do planeta, depois de muitas dúvidas levantadas desde que foi escolhida, a 15 de Maio de 2004 (bateu Marrocos e Egipto na votação final). A maior incerteza prendeu-se com a conclusão atempada dos estádios. Dificuldades de financiamento e, mais recentemente, uma greve maciça de 70 mil trabalhadores, em Julho deste ano, agravaram o atraso na construção dos dez palcos do Mundial (de início estavam previstos 13 recintos). Até finais de 2007 não pararam os rumores de que a FIFA já tinha uma alternativa na forja para o eventual falhanço sul-africano, sugerindo que o país não estava à altura de receber a competição, o que levou o presidente Joseph Blatter a vir a público tranquilizar os organizadores: "O plano A, B e C da FIFA é manter a África do Sul como país organizador."

Apesar dos percalços, à medida que a competição se aproxima, tudo vai tomando o seu lugar. O ensaio geral, com a organização da Taça das Confederações, em Junho, correu como esperado. Em Fevereiro, o Loftus Versfeld, da capital administrativa Pretória, foi o primeiro recinto a ser inaugurado. De pé já está também o majestoso Soccer City, paredes-meias com o Soweto, em Joanesburgo, onde se disputará a final. Dos cinco novos recintos, faltam acabamentos nos estádios de Cidade do Cabo, Durban, Port Elizabeth e Nelspruit, que segundo Danny Jordaan, director executivo do comité organizador, estarão concluídos até ao final do ano.

Com os estádios e restantes infra- -estruturas praticamente concluídos, a organização começa agora a preocupar-se com a logística, sobretudo em garantir a segurança da multidão de adeptos que vai invadir durante cinco semanas, em Junho e Julho de 2010, as cidades sul-africanas. Para combater o flagelo, a organização revelou uma medida simbólica: vai criar uma esquadra no comboio que liga Joanesburgo à Cidade do Cabo. A composição inclui até celas para deter suspeitos.

Em todo o caso, a segurança não parece ser a principal preocupação dos fãs de todo o mundo, na hora de escolherem a África do Sul como destino. A FIFA reconhece que os ingressos se têm vendido a excelente ritmo. Para os adeptos portugueses inicia-se amanhã a última fase da venda de bilhetes, que dura até 13 de Janeiro, com os da primeira fase da competição a chegarem aos 120 euros (cada interessado pode candidatar-se a um máximo de quatro por jogo). Para a segunda fase, os preços disparam: para assistir à final é preciso pagar entre 290 e 655 euros. Certo é que não é o valor do ingresso que pesará mais na factura dos adeptos que acompanharem in loco a selecção. A Associação das Agências de Viagens e Turismo já revelou uma estimativa em que uma reserva para os jogos de Portugal na primeira fase (viagem, hotéis com pequeno-almoço e transfers) pode custar mais de quatro mil euros.

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