A Europa reabilita-se ao segundo assalto

Falou-se do papel dececionante das seleções europeias no Mundial do Brasil, como se estivessem condenadas a uma maldição na América do Sul. As precoces eliminações de Espanha, Itália, Inglaterra e Portugal foram interpretadas como um péssimo sinal. Uma semana depois, a Europa apresenta metade das seleções que vão disputar os quartos-de-final: Alemanha, Holanda, França e Bélgica.

A Alemanha é a equipa com melhor estrutura. Tem um bom plano de jogo, o mais elaborado do Mundial. Adquiriu algumas características do futebol espanhol, sobretudo a paciência no passe, sem perder as velhas virtudes alemãs, o vigor competitivo e o carácter ganhador. Aos alemães falta-lhes defesas rápidos e um rompedor na posição 10. A equipa chega bem até à entrada da área, mas depois não consegue romper.

Um bom amigo, treinador de prestígio, costuma dizer que a Argentina necessita da estrutura de jogo da Alemanha e esta precisa de um rompedor como Messi nas costas do avançado. Assim é o futebol, quase sempre abre uma janela à imperfeição. E a França também não é uma equipa perfeita, especialmente quando Deschamps insiste em colocar Giroud à frente de Benzema, que é um pássaro livre. Giroud fecha a jaula. Além disso, a França é tão ou mais poderosa do que a Alemanha no capítulo físico. E não lhe faltam jogadores de primeira categoria. Prevê-se um duelo apaixonante.

Holanda e Bélgica representam o êxito do pequeno no mundo das grandes superfícies. Os holandeses perderam geometria e espírito de aventura. Procuram constantemente Robben e, contra a sua tradição, protegem-se com muitos defesas. A Bélgica reapareceu no futebol com vários jovens de considerável talento, com Hazard à cabeça. O problema reside na defesa: dois laterais que são centrais e a lentidão de Van Buyten. É o cenário perfeito para Messi.

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