Foram ver os carros e deixaram mais de 18 toneladas de lixo
Espetadores no troço de Fafe deixam mais de 18 toneladas de resíduos
Cada espetador que assistiu em 2015 ao Rali de Portugal, em Fafe, o mais popular da prova, terá produzido cerca de um quilograma de resíduos, o que corresponde a 18 toneladas no total, estima a autarquia local.
Segundo dados disponibilizados hoje à agência Lusa, os serviços do Município recolheram, após a passagem da prova, no ano passado, só em vidro, cerca de 12 toneladas.
Ainda de acordo com uma estimativa da autarquia, terão estado ao longo de troço cerca de 150.000 pessoas a assistir às duas passagens inscritas no figurino do rali em 2015, número que a autarquia prevê possa aumentar este ano.
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A classificativa de Fafe, que vai encerrar a 50.ª edição do Rali de Portugal, no domingo, é considerada a mais importante da prova, tendo sido, por isso, escolhida como a 'power stage', estatuto que dá direito a transmissão televisiva para milhões de espetadores, pontos extra para os três pilotos mais rápidos e o interesse de ser a classificativa que dita o resultado final.
Os pontos mais apreciados da classificativa, que são o Confurco, e o famoso salto quase no final do troço, têm atraído, cada um, dezenas de milhares de espetadores, nos últimos quatro anos, três da prova de exibição (FafeRally Sprint) e na classificativa do rali que regressou ao norte em 2015.
A componente ambiental é uma das que mais preocupa o Município e envolve mais meios em 2016. Para este ano foi reforçada a capacidade de alojar os resíduos deixados pelos espetadores.
Ao todo, avançou o vereador Vitor Moreira, vão ser colocados nas cinco zonas espetáculo do troço 30.000 sacos para o lixo, 50 contentores de 1.100 litros e cinco contentores de 15 metros cúbicos.
A organização também disponibiliza 18 instalações sanitárias, distribuídas pelas zonas espetáculo.
No final do troço, será montada uma tenda com 40 metros de comprimento e 10 de largura, preparada para receber os convidados da prova. A área envolvente foi também preparada para a aterragem de dois helicópteros.
Além das questões ambientais, a segurança também afeta meios que implicam números que impressionam, para além dos 300 militares da GNR envolvidos.
Ao longo dos 11,19 quilómetros do troço, foram colocados 28 muros de betão, conhecidos como 'jerseys', cada um com seis metros de comprimento. Foram colocados também cerca de uma centena de 'jerseys' de plástico.
As rigorosas exigências do Mundial de ralis em matéria de segurança implicaram a colocação de mais de sete quilómetros de redes 350 metros de barreiras, 2,25 quilómetros de fitas, 1.600 metros com estacas de ferro e 1.000 metros com estacas de madeira e quase dois quilómetros de painéis metálicos.
Na preparação do troço, os serviços da Câmara colocaram 120 toneladas de saibro (doze camiões) e 180 toneladas de 'tout-venant' (um tipo de resíduos de areia).
Várias máquinas niveladoras e camiões, operados por funcionários do município, trabalharam durante cerca de uma semana para que pavimento do troço estivesse nas melhores condições.
A colocação de vedações demorou duas semanas e envolveu oito funcionários.
Durante duas semanas, precedeu-se à limpeza mecânica e manual das áreas envolventes ao troço, afetando oito homens apoiados por dois tratores.
A autarquia também trabalhou durante 20 dias para assegurar as melhores condições para que as principais equipas pudessem treinar nos vários troços do concelho.
O município também disponibiliza vários materiais para garantir as melhores condições no reagrupamento dos carros que vai ocorrer no centro da cidade, no domingo de manhã, entre as duas passagens pelo troço incluídas na prova.
Vitor Moreira, vereador responsável, na Câmara de Fafe, pela logística da preparação da prova, disse à Lusa que todo o trabalho realizado permite que o troço esteja melhor do que nunca, tanto ao nível da qualidade do piso, como da limpeza e segurança das áreas envolventes.
"Foi um grande esforço de todos nós", assinalou, destacando o empenho dos funcionários do Município.
O sucesso na preparação de toda a logística, concluiu, também decorre do facto de a Câmara de Fafe ter uma organização habituada a montar provas de ralis. Para além da prova do Mundial, todos os anos decorre no concelho um rali a contar para o campeonato nacional da especialidade.