"Dever cumprido". Fernando Pimenta revalida título europeu em K1 1.000 metros
O português Fernando Pimenta revalidou hoje o título europeu em K1 1.000 metros, nos Europeus de canoagem de velocidade, que estão a ser disputados em Plovdiv, na Bulgária.
Pimenta, que vai também disputar as finais de 500 e 5.000 metros, cumpriu a regata, que liderou desde início, em 03.29,032 minutos, deixando o dinamarquês Rene Poulsen e o húngaro Balint Kopasz a 1,080 e 1,304 segundos, respetivamente, na segunda e terceira posições.
Após revalidar o título, Pimenta assumiu a "sensação fantástica do dever cumprido". "Fantástico! Sem duvida que é um grande objetivo cumprido. Não era apenas revalidar o título, mas uma boa prestação, boas sensações, andar no grupo da frente", disse à agência Lusa, momentos após subir ao mais alto lugar do pódio.
O espanhol Marcus Walz, medalha de ouro na distância no Rio2016, não foi além do nono lugar na final, a 12,224 segundos de Pimenta.
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"Sabia que havia atletas a arriscar tudo na parte inicial e tinha de ser mais forte. O húngaro e o belga tentaram vir a meu lado para quebrar o ritmo, mas eu impus um ritmo bastante forte. Chegar a metade e sentir que ainda havia energia e geri-la até à parte final foi muito bom. Deu para deixar os adversários aproximarem-se e voltar a subir nos últimos metros. Sem duvida que é um objetivo e sonho para qualquer atleta nesta especialidade", explicou o atleta português, agora bicampeão europeu de K1 1.000 metros, que vai tentar revalidar o título continental em K1 5.000 metros, no domingo, dia em que vai também disputar a final de K1 500.
"Agora quero descansar e recuperar o melhor possível para estar no meu melhor. Após essas duas finais, começamos a trabalhar para o Mundial. Vamos pensar primeiro em conseguir as finais e depois é que podemos sonhar com algo mais", frisou.
O canoísta luso admitiu ter como objetivo um inédito título mundial, na competição a disputar em Racice, na República Checa, entre 23 e 27 de agosto.
"É o sonho de qualquer desportista, mas primeiro é preciso ter os pés bem assentes no chão. O nível da canoagem está muito alto, como se pôde ver hoje nesta final", referiu.
A revalidação do título europeu é, para o atleta de Ponte de Lima, que já conquistou quatro medalhas em duas Taças do Mundo -- ouro e prata na distância olímpica de K1 1.000 metros --, um bom prenúncio para Tóquio2020, onde deseja conquistar a medalha que escapou no Rio2016.
"Sem duvida. Depois dessas quatro medalhas, com boas prestações, ser campeão da Europa logo na primeira prova, sem dúvida que é importante. Não o mais importante, mas para aferir a forma e trabalho que eu e o meu treinador [Hélio Lucas] temos desenvolvido. Temos vindo a fazer um bom caminho. Estamos no bom caminho. Agora é continuar. Esperar que haja condições de treino e trabalho. É o que precisamos para continuar a melhorar e estar ao mais alto nível nas próximas competições", vincou.
O limiano justificou o desempenho com o "trabalho e a confiança no treinador, com disciplina e rigor, assim como a ambição de querer sempre mais e melhor, tendo ao lado as pessoas certas".
Outros portugueses nos europeus
Em K5 500 metros, os portugueses Emanuel Silva, João Ribeiro, David Fernandes e David Varela conseguiram o sexto lugar.
Com Varela a substituir Fernando Pimenta, a seleção lusa terminou a prova em 1.19,872 minutos, gastando mais 1,316 segundos do que a formação húngara, formada por Bence Nádas, Péter Molnar, Sándor Totka e Milán Mozgi, que revalidaram o título continental.
A embarcação da Eslováquia terminou no segundo lugar, a 0,084 segundos dos vencedores, enquanto a Bielorrússia assegurou o último lugar do pódio, a 0,556 dos húngaros.
A nível feminino, Joana Vasconcelos, Teresa Portela, Francisca Laia e Maria Cabrita terminaram hoje a final de K4 500 metros.
K4 luso cumpriu a distância em 01.34,396 minutos, mais 3,672 do que a embarcação húngara, composta por Dóra Lucz, Tamara Takács, Erika Medveczy e Ninetta Vad, que reconquistou o título alcançado em 2016, quando também conquistaram o título olímpico.
Os restantes lugares do pódio foram ocupados pela Polónia e pela Ucrânia, que gastaram mais 0,872 e 0,900 segundos do que as húngaras, respetivamente.