Givanildo, de talhante a matador

Já passou fome em Portugal; agora só sai do condomínio privado para treinar, ir à igreja e comprar presentes

Certamente que conhece Hulk, mas sabe quem é Givanildo Vieira de Souza? Sim, tal como Super- -Homem e Clark Kent, ambos são a mesma pessoa e um apenas veste a pele de super-herói do seu alter ego se as circunstâncias assim o exigirem. No caso de Hulk isso acontece quando coloca o equipamento do FC Porto e salta das cabinas para o relvado, como aconteceu no último domingo ao destroçar o Benfica (5-0) naquela que foi a maior goleada portista em jogos da Liga frente aos encarnados. O impressionante arranque de época já valeu ao "Incrível" avançado internacional brasileiro 15 golos (10 na Liga) e dois galardões consecutivos para melhor jogador do campeonato nos meses de Setembro e Outubro. Sendo isto dados de super-herói, importa, portanto, saber o que acontece quando Hulk volta a ser Givanildo...

Diz quem o conhece de perto que a humildade moldou o carácter deste paraíbano de 24 anos, que não se esquece dos tempos em que acompanhava para o trabalho o pai, que era talhante na feira de Campina Grande, ou de quando passou por dificuldades nos escalões jovens dos gaienses do Vilanovense, onde sem salário e sem amparo familiar, dependia do motorista do clube para lhe "matar" a fome.

Ainda era cedo para Hulk cumprir o sonho de vingar na Europa e em Portugal em particular .

O seu regresso pela porta grande aconteceria só em 2008, depois de uma passagem pelo futebol nipónico, tendo então trocado os 1,2 milhões de euros de vencimento anual por uma proposta mais baixa do FC Porto, mas que lhe garantia uma visibilidade diferente.

A escolha foi acertada e, na Cidade Invicta, Givanildo vive dias de felicidade com a esposa Iran (ou "Hulka", como é chamada entre as amigas), uma brasileira que conheceu no Japão, e o filho de ambos, Ian, um bebé de dois anos que é a alegria da casa e a quem já chamam de "Hulkinho" (conforme se lê na camisola do FC Porto com que o miúdo assiste aos jogos do pai). Quem também está sempre por perto é a restante família. Hulk mantém laços fortes com os seus irmãos que ficaram no Brasil e sobretudo com o pai, Jorvan de Souza, que passa largas temporadas em casa do jogador.

Se em campo o futebol de Hulk é exuberante, fora dele, Givanildo é muito pacato. No Porto, o jogador dedica todo o seu tempo às suas grandes paixões: futebol e família. Gosta de sair para ir à igreja ou comprar presentes para os seus, mas passa muito tempo em casa, num condomínio de luxo situado nos Pinhais da Foz, onde não larga o "vício" do futebol, seja em frente da TV ou a jogar PlayStation. Aliás, Hulk só deixa de pensar no futebol na hora de comer. Aí, a conversa é outra. A mãe, D. Maria do Socorro, diz que ele é grande e forte porque ele "mamou até aos três anos". Dizemos nós que assim se mantém à custa do rodízio, prato preferido, que não raras vezes junta os amigos à mesa lá de casa. Sobretudo, os compatriotas Helton e Walter. Este último, aliás, é desde há muito um fã do "Incrível", com quem já passava férias antes da vinda para Portugal, que terá sido decisivo na sua vontade de rumar ao Dragão.

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