Exibição morna e obra de arte de Grimaldo na 10.ª vitória do Benfica

Equipa encarnada entrou a vencer na prova milionária, frente ao Maccabi Haifa. Espanhol serviu Rafa para o 1-0 e fez o segundo com um remate espetacular.

Uma exibição morna e dois golos espetaculares resumem o triunfo do Benfica sobre o Maccabi Haifa (2-0), esta terça-feira, no Estádio da Luz, na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. No outro jogo do Grupo H, o PSG venceu a Juventus (2-1, com um bis de Mbappé). Foi a quinta vez que o Benfica abriu a Champions com uma vitória. O que significa que a equipa de Roger Schmidt segue 100% vitoriosa na época, com dez triunfos em dez jogos, algo que só tinha acontecido uma vez na história (1982-83).

Com apenas uma alteração no onze - Bah no lugar de Gilberto no lado direito da defesa- e três estreias na Champions - António Silva, Bah e Enzo Fernández -, o Benfica entrou a mandar no jogo, mas de alguma forma contrariado pela equipa israelita, mais interessada nas trocas de bola do que na construção. Rafa e Neres conseguiam acelerar algumas vezes, mas nunca sem oposição.

Com os alas controlados por uma interessante organização do Maccabi - os 11 titulares jogam pela 1.ª vez na competição -, a equipa de Roger Schmidt só aos 39 minutos conseguiu um remate enquadrado com a baliza. Rafa teve finalmente espaço em zona central, foi para a área, tirou um adversário da frente e rematou para defesa de Cohen.

Era preciso João Mário baixar no terreno para criar linhas de passe, mas o médio criativo do Benfica nem sempre percebeu isso e obrigou Gonçalo Ramos a sair da área muitas (demasiadas) vezes.

Antes dos 40 minutos, Otamendi pregou um susto. O capitão caiu mal depois de uma disputa de bola e teve de ser assistido, obrigando Brooks (reforço do último dia do mercado) a aquecer, mas o argentino voltou ao jogo e acabou por ser um dos melhores em campo e com parceiro à altura. Se dúvidas houvesse quanto à maturidade de António Silva, de 18 anos, ontem ficaram desfeitas.

Antes do intervalo, uma ameaça de Daniel Sundgren para lembrar aos homens da Luz que além de tirarem espaço aos avançados do Benfica, os israelitas também conseguiam chegar à baliza de Vlachodimos.

Grimaldo a assistir e marcar

Pedia-se um Benfica mais humilde no segundo tempo, e desta vez o técnico alemão optou por fazer uma alteração ao intervalo, sem mudar o esquema. Foi troca por troca. Gonçalo Ramos ficou nos balneários com um cartão amarelo e deu lugar a Musa. Ainda as equipas se posicionavam quando o Maccabi aproveitou um erro de Florentino para causar calafrios. Frantzdy Pierrot quase marcou. Valeu Vlachodimos a impor-se com determinação.

Depois Grimaldo soltou o génio que vive no seu pé esquerdo e o Benfica chegou ao golo. Primeiro esteve na grande jogada da equipa com um final feliz. Grimaldo teve espaço para, com requinte, cruzar para Rafa, que desviou para a baliza com a biqueira da chuteira. Tudo numa velocidade estonteante. Sem dar tempo para digerir o 1-0, o lateral esquerdo levantou o estádio com uma obra de arte em forma de golo que pode muito bem ser candidato ao Prémio Puskas (premeia o melhor golo da época).

A ganhar por dois golos de diferença, o Benfica baixou o ritmo e passou a jogar em 4x3x3, com Rafa à esquerda e João Mário à direita. E se os adeptos podem ter gostado pela espetacularidade de alguns lances individuais, com arrancadas, toques de calcanhar e túneis aos adversários, o treinador pedia concentração para não sofrer golos, algo que aconteceu nos últimos dois jogos da Liga. Talvez por isso tenha tirado ambos de campo, já a pensar no duelo com o Famalicão (sábado). E talvez por isso, em vez de estrear Draxler (como previsto e anunciado na véspera), tenha apostado em Aursnes.

Schmidt tinha dito na conferência de imprensa de antevisão que para alcançar a fase a eliminar (oitavos de final) era preciso vencer os dois jogos com o Maccabi e lutar por pontos nos duelos com PSG e Juventus. Para já objetivo conseguido: três pontos e liderança do grupo dividida com o PSG, que no Parque dos Príncipes teve mais uma noite em grande de Mbappé, a marcar os dois golos. O que deixa a Juventus sem pontos antes de receber o Benfica (dia 14).

isaura.almeida@dn.pt

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