Desporto
30 abril 2022 às 14h52

Nuno Borges e Francisco Cabral à procura de história no Estoril Open

Dupla portuguesa vai jogar a final do torneio português. Podem igualar feito de Emanuel Couto e Bernardo Mota. Marcelo vai ver o jogo. Final de singulares é entre Tiafoe e Báez.

Ganharam 29 dos últimos 30 jogos (!) e podem entrar na história no ténis português. Nuno Borges e Francisco Cabral são os primeiros portugueses a assegurar a passagem à final de pares do Estoril Open. Depois do triunfo de João Sousa em singulares (2018), o maior torneio de ténis de Portugal, volta a ter portugueses a disputar o troféu, desta vez em pares.

"É um sentimento inacreditável. Muito especial a nossa estreia ATP, a nossa primeira final vai ser em casa. Esperemos que corra bem", afirmou Francisco Cabral após a vitória nas meias-finais diante do britânico Jamie Murray e do neozelandês Michael Venus, primeiros cabeças de série e campeões de Grand Slam (6-2 e 6-4).

Domingo, no Clube de Ténis do Estoril, Borges/Cabral procuram tornar-se na segunda dupla portuguesa a vencer um torneio ATP, depois de Emanuel Couto e Bernardo Mota terem conquistado os torneios de Casablanca e da Maia, em 1997. Vão enfrentar o argentino Máximo González (32.º) e o sueco André Göransson (71.º), carrascos de João Sousa e Pablo Cuevas nos quartos de final, que ontem venceram Raven Klaasen e Ben McLachlan (2-6, 7-6 e 10-6).

A final terá lugar no court central e terá o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na bancada. Adepto de ténis, em 2018, fez questão de felicitar o campeão português do torneio, João Sousa, no balneário... E se para Nuno Borges (127 do ranking ATP) será "um prazer" jogar à frente do Presidente, para Francisco Cabral (106.º), Marcelo até pode ir ao balneário e levar companhia: "Significaria que nós ganhámos. Até podem vir mais pessoas, se quiserem."

Os dois amigos conquistaram oito títulos challengers nos últimos 12 meses e aproveitaram da melhor forma o wild card para se estrearam num torneio ATP. Estão a um jogo do título mais importante das carreiras deles.

Com a dupla portuguesa na final de pares, o jogo decisivo do quadro singular promete passar para segundo plano, mas é certo que o Estoril Open conhece hoje um novo campeão. Sebastián Báez, carrasco de João Sousa, apurou-se para a final ao vencer ontem o campeão em título Albert Ramos-Viñolas (6-3, 6-7 e 6-0), depois de já ter batido o campeão de 2015 (Gasquet) e o vencedor de 2018 (João Sousa).

Desde que eliminou o melhor português logo na primeira ronda, Báez escreveu na lenta da câmara de televisão - why not me? (Porque não eu?) , revelando assim o desejo de vencer o torneio. Enfrenta hoje na final Frances Tiafoe, que venceu Sebastian Korda (6-4, 6-7 e 4-6). O norte-americano repete a final de 2018 e terá de ter em conta que o adversário argentino despachou três campeões do Estoril Open nesta edição.

isaura.almeida@dn.pt