Um furacão chamado Benfica arrasa com um bom Nacional
Liga. Cardozo fez três, Saviola dois e Nuno Gomes também marcou num jogo em que o Nacional foi bom 30 minutos; mas o Benfica é violento
Antes do primeiro quarto de hora, notava-se pela roupa dos treinadores como corria o jogo: Jorge Jesus já se esganiçava sem casaco, em mangas de camisa; Manuel Machado, sereno, dava curtas indicações gestuais. O Nacional bloqueava o Benfica na Luz: dois remates (um muito perigoso de Edgar Costa - bela defesa de Quim) para os forasteiros, zero para a máquina goleadora. Na segunda parte, Machado parecia ter sido engolido pelo banco e a sua equipa por um furacão chamado Benfica (6-1, 47 golos em 14 jogos, 3,4 de média por jogo).
Se o Nacional resistiu mais do que uma folha de papel à voracidade do Benfica, deveu-se à sagacidade do seu treinador. O autocarro não se estacionou na área, mas à sua frente; o Benfica perdia espaços e isso retardou o apetite e alimentou os forasteiros. Só que, aos 17, entrou a rapidez e um bom passe de Aimar: Fábio Coentrão (belo jogo a lateral no lugar de Peixoto, que se lesionou no aquecimento) soltou-se na esquerda e Cardozo fez o seu serviço. Encostou para o 1-0. Era o primeiro remate. Parecia que a máquina despertava: aos 22, Di María, isolado por Saviola, permitiu a defesa a Bracalli.
Sentia-se a goleada estava a ser construída, mas o Nacional conseguiu um adiamento. Ruben Micael isolou Edgar Costa, que parecia estar em fora-de-jogo, golo do Nacional (bela finalização). Só que o Benfica, este, é outro: fibra, intensidade, velocidade e ambição. Muita ambição. Ramires, em contra-ataque (foi com a arma do adversário que a equipa de Jesus feriu os visitantes) falhou o 3-1.
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Na segunda parte, no entanto, o Nacional rebentou - é difícil aguentar tanto tempo um furacão violento. E Aimar, com alguma manha, ganhou um penálti, Cardozo marcou (como marcaria no final para o hat-trick - 11 golos na Liga); Coentrão apareceu em mais uma correria, Cardozo atrapalhou-se, Saviola não (4-1). E até Nuno Gomes marcou (5-1). Uma festa. Terá seguimento em Braga?