Caso dos emails. Polícia Judiciária faz buscas na Luz
PGR confirma operação com quatro magistrados do Ministério Público, dois juízes de instrução e 28 elementos da PJ
A Polícia Judiciária está a realizar buscas no Benfica no âmbito do caso dos emails, confirmou o DN junto de fonte daquela força policial. Segundo avança a edição online da revista Sábado, as casas do presidente do clube, Luís Filipe Vieira, e do comentador Pedro Guerra estão a ser alvo desta operação.
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa também confirmou as buscas. "No âmbito de um inquérito da 9ª secção do DIAP de Lisboa foram emitidos mandados de busca domiciliária e não domiciliária, relativos a investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e ativa. No inquérito investiga-se a prática, por parte de um suspeito, dos referidos crimes, relacionados com os denominados emails do Benfica", lê-se na página oficial.
Informa ainda que "a operação encontra-se em curso, contando com a presença de quatro magistrados do Ministério Público, dois Juízes de instrução e 28 elementos da PJ, incluindo inspetores e peritos financeiros e contabilísticos e informáticos". Acrescenta, finalmente, que o inquérito encontra-se em segredo de justiça.
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Fonte oficial do Benfica começou por negar à Lusa a existência de buscas, assegurando que a existência de uma investigação não perturba em nada o clube. No entanto, cerca de uma hora mais tarde confirmou a presença de uma equipa de investigação da PJ no Estádio da Luz, a realizar diligências, reiterando que o clube encara estas ações com naturalidade.
"Inicialmente não estavam cá nenhuns inspetores e que tenha conhecimento apenas estão no Estádio da Luz", frisou a fonte 'encarnada', assegurando desconhecer a ocorrência de mais buscas noutros locais.
Nos últimos meses, o FC Porto tem vindo a revelar, através do seu diretor de comunicação, Francisco J. Marques, uma série de emails ligados a elementos do Benfica e algumas figuras ligadas à arbitragem e à Liga de Clubes, denunciando uma alegada influência do clube 'encarnado' em matéria de arbitragem e no futebol português. Entre elas, do então diretor de conteúdos da BTV Pedro Guerra, e o ex-árbitro Adão Mendes; entre Adão Mendes, antigo árbitro, com Paulo Gonçalves, assessor da administração da Benfica SAD; de Mário Figueiredo para Luís Filipe Vieira, em abril de 2014, sobre declarações do presidente do Sporting de Braga, António Salvador, denunciando a "subserviência de Mário Figueiredo com o Benfica".
O Clube da Luz considerou então as mensagens divulgadas "totalmente irrelevantes no conteúdo". NO entanto, no início de setembro, avançou com uma providência cautelar no Tribunal Cível do Porto, em que pedia que a justiça impedisse o FC Porto de continuar a divulgar emails. E caso o FC Porto não acatasse a deliberação judicial pedia-se pedido o pagamento de um milhão de euros por cada violação da decisão.
Na semana passada, o Tribunal Cível do Porto rejeitou a providência cautelar interposta pelo Benfica.
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa investiga este caso há vários meses, desde o momento em que ao MP chegou uma denúncia anónima com informação envolvendo o Benfica em alegados atos de corrupção desportiva.
(Atualizada as 11:35 com confirmação das buscas pelo Benfica e às 12:00 com informação da PGR)