10 dezembro 2017 às 00h45

Canários assustam campeão após a dura ressaca europeia

O Benfica parecia ter o jogo ganho aos 20 minutos (golos de Salvio e Jonas) mas o lanterna vermelha deu luta e só se deixou ir abaixo quase no fim, após o VAR anular aquele que seria o 3-2.

Nuno Coelho

O Benfica segue com 100% de aproveitamento caseiro na Liga, mas ontem, numa noite fria em que a águia Vitória falhou o poleiro e o estádio homenageou Zé Pedro, o falecido guitarrista dos Xutos & Pontapés, o lanterna vermelha Estoril complicou, e muito, a digestão da ressaca europeia. O campeão nacional parecia ter o jogo resolvido aos 20 minutos mas a verdade é que os visitantes nunca deram tréguas, expondo as fragilidades do rival, e só depois de o VAR anular (bem) aquele que seria o 3-2 é que se resignaram à sua má sorte.

Perante um adversário que não ganha desde agosto, Rui Vitória voltou ao 4x3x3 utilizado nos últimos jogos da Liga, com Krovinovic junto a Pizzi no meio-campo e Jonas como único avançado. E, para a baliza, Bruno Varela voltou a surgir como titular. Do outro lado, Ivo Vieira montou um esquema mais flexível, com André Claro no apoio a Kléber, cabendo a Lucas Evangelista pautar o jogo da equipa.

Canto fatal

Curiosamente, os primeiros minutos até mostraram um Estoril atrevido, jogando aberto e subido no terreno, procurando chegar à baliza contrária. Ainda assim, a primeira oportunidade do jogo pertenceu ao Benfica: Pizzi recuperou a bola após uma troca nervosa entre Pedro Monteiro e Moreira mas preferiu arriscar o remate, que saiu ao lado. Daí até ao golo inaugural os canarinhos estiveram por cima. Um cruzamento perigoso de Allano passou pela área sem que ninguém desviasse para, logo a seguir, Kléber roubar um remate a um colega depois de um bom lance entre Joel e Allano na esquerda.

O Estoril ganhou então um canto que acabou por ser fatal. O Benfica recuperou a bola, saiu numa transição veloz, Cervi aproveitou a inocência de Fernando e centrou com Pedro Monteiro a desviar de Jonas apenas para a colocar à disposição de Salvio. Ao segundo poste, o argentino não perdoou. Tinham passado 13 minutos e bastaram mais cinco para os encarnados fazerem o segundo, com Salvio novamente em destaque. Desta feita, o extremo fugiu pela direita e cruzou para Jonas encostar sem dificuldades - golo foi validado pelo VAR.

Pensou-se que o jogo estava resolvido ainda antes dos 20 minutos, mas o Estoril foi aguentando e voltou a conseguir ter bola, defendendo alto e pressionando o Benfica desde a saída de bola. Bruno Varela foi chamado a intervir, primeiro mal num cruzamento de Aylton que largou, depois numa bela estirada a negar o golo a Lucas Evangelista. O médio brasileiro ainda tentaria mais uma longa distância antes de oferecer o 2-1 a Kléber mesmo em cima do intervalo - bela cabeçada do avançado, antecipando-se a Jardel -, num lance em que João Pinheiro não viu uma falta de Fejsa dentro da área sobre Allano. Foi o fim do jejum de golos dos homens da Linha, que já durava há oito jogos.

Krovinovic resolve

O segundo tempo iniciou-se com mais uma oportunidade para os visitantes: de novo Lucas Evangelista, de novo Bruno Varela a evitar o empate. O Benfica ainda criou duas ou três ocasiões em que só faltou uma melhor definição, mas acabaria por fazer o 3-1 numa tabela entre Krovinovic e Cervi, com o croata a aproveitar a moleza de Halliche para desviar para a baliza.

Mas o Estoril não estava morto e chegou a bater Bruno Varela outra vez. Após um centro de Abner, Grimaldo quase traía o seu guardião, que defendeu como pôde, surgindo Kléber a fazer a recarga vitoriosa. No entanto, a mesma foi efetuada com o braço e o árbitro João Pinheiro acabaria por invalidar o lance por indicação do VAR. Os três pontos estavam entregues. Mas não foi nada fácil.