Desporto
19 abril 2023 às 20h28

Benfica diz adeus à Champions com empate em Milão e cofres cheios

Encarnados empataram com o Inter (3-3) e Schmidt voltou a mexer mal na equipa. Italianos seguem para as meias finais Liga dos Campeões. Águias amealharam 72, 6 milhões em prémios.

Um empate (3-3) em Milão não impediu a eliminação, mas salvou de certa forma a face do Benfica e deixou uma clara a ideia: o clube da Luz podia ter feito mais na eliminatória com o Inter, o também carrasco do FC Porto na prova. Mas não há como esconder a realidade dos quatro jogos seguidos sem vencer: FC Porto, Inter (duas vezes) e Desp. Chaves.

As águias despediram-se assim da prova milionária nos quartos de final com um bolo de 72,6 milhões, um recorde para os lados da Luz em prémios da UEFA, batendo os 65, 4 milhões da época passada. As meias finais terão assim um dérbi milanês, Inter-AC Milan, e um Real Madrid-Manchester City.

A passagem fugaz e sem história de João Mário pelo Inter foi bem audível no Giuseppe Meazza, quando o speaker anunciou o nome do médio encarnado no onze titular do Benfica, que teve apenas uma semi-novidade: Aursnes em vez de David Neres, que voltou ao banco (até ao intervalo).

Com o conforto de dois golos de vantagem, os italianos só tinham de esperar para ver no que o jogo ia dar. E deu asneira da grande, por parte do Benfica. Aos 14 minutos, Otamendi facilitou, Grimaldo escorregou e Barella aproveitou uma assistência de Lautaro Martínez para colocar o Inter em vantagem. Um golo madrugador que colocava mais pressão em Roger Schmidt. Colocado perante a necessidade de ter de marcar pelos menos três golos (e não sofrer), o alemão optou por manter o mesmo esquema e a mesma equipa em vez de agitar as águas com Neres ou Gonçalo Guedes.

Sem a dinâmica reconhecida durante toda a época, faltava cérebro ao jogo benfiquista, que vivia de um ou outro rasgo e a velocidade média baixa. Aos 23 minutos, João Mário não conseguiu chegar ao passe de Gonçalo Ramos, que fez ontem o jogo 100 de águia ao peito. Logo depois, um livre ganho pelo camisola 17 à entrada da área dos transalpinos foi festejado pelos adeptos do Benfica como se de um golo se tratasse, afinal era um livre ao jeito do pé esquerdo de Grimaldo... mas Onana defendeu.

A defesa a dois tempos lançou Lautaro em direção à baliza do nervoso Vlachodimos e a bola entrou na baliza, mas o lance seria anulado devido a um (suave) empurrão do argentino nas costas de Gilberto. Um sinal de alento para a equipa encarnada que chegaria ao empate logo depois. Rafa galgou pelo corredor direito e serviu Fredrik Aursnes, que apareceu no coração da área a finalizar de cabeça.

No regresso, uma mudança surpreendente no Benfica. Se a entrada de Neres era expectável, a saída de Gilberto não. Schmidt manteve a estrutura, mas passou a jogar com Aursnes a lateral-direito. O nórdico ainda ficou a pedir uma grande penalidade por um toque de Lautaro, mas o árbitro e o VAR nada viram. O Benfica pode até queixar-se da proporção do toque e quem bateu primeiro em quem, mas há muita culpa própria... e claro muito cinismo e muito talento do lado nerazzurri.

O Inter chegou ao 2-1 numa excelente jogada. Dimarco combinou muito bem com Mkhitaryan e assistiu Lautaro para o desvio oportuno e eficaz. De novo na frente do marcador, a equipa italiana iria ampliar o marcador, depois de de Simone Inzaghi (apesar de contestado vai sobrevivendo no cargo enquanto estiver na Champions) refrescar o ataque e as alas. Dimarco (talvez o melhor em campo), serviu Joaquín Correa, que bailou sobre Otamendi e Aursnes e atirou para o fundo da baliza de Vlachodimos.

O Benfica pareceu derrotado e Schmidt entrou em modo gestão a pensar no duelo com o Estoril (domingo), mas a equipa ainda salvou a face com um empate que mostrou que a eliminatória foi perdida na Luz. Neres ainda atirou ao poste antes de António Silva reduzir o marcador - um prémio merecido para o jovem central, que antes do jogo se confessou um felizardo por jogar na Champions aos 19 anos - e Musa empatou o encontro no último lance do jogo.

Desde os tempos de José Mourinho (ganhou a prova em 2009) que os nerazzurri não chegavam tão longe na Liga dos Campeões. Irão agora enfrentar o rival AC Milan, que até joga no mesmo estádio. Uma coisa é certa: Itália terá um representante na final.

VEJA OS GOLOS

1-0 Barella (Inter)

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1-1 Ausners (Benfica)

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2-1 Lautaro Martínez (Inter)

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3-1 Joaquín Correa (Inter)

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3-2 António Silva (Benfica)

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3-3 Musa (Benfica)

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isaura.almeida@dn.pt