Benfica conquista Supertaça perante desnorte total do FC Porto

Campeão Nacional venceu os dragões com golos de Di María e Petar Musa, num jogo marcado por velhos hábitos. Sérgio Conceição foi expulso e recusou sair de campo.
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Contra a estatística e contra a própria história da Supertaça, que tem sido dominada pelos dragões (venceram 23 das 45 edições), o Benfica venceu hoje o FC Porto (2-0) e ergueu o primeiro troféu da época. Di María e Petar Musa marcaram os golos do campeão que salvaram a face de Roger Schmidt e deram a 9.ª Supertaça da história aos encarnados, numa partida quezilenta (12 amarelos e um vermelho para Pepe), que terminou com Sérgio Conceição expulso.

Aos sete segundos de jogo (!) gritou-se golo no Municipal de Aveiro. Pura ilusão de ótima. Galeno ficou a milímetros de acertar na baliza de Vlachodimos, num lance que mostrou a entrada poderosíssima do FC Porto num arranque de jogo intenso e jogada a muita velocidade. Aos nove minutos, Galeno totalizava já três perigosos remate à baliza do campeão que, órfão de Gonçalo Ramos (assinou anteontem pelo PSG), entrou em campo com uma configuração bem ousada e sem jogar com um ponta de lança de raiz. Roger Schmidt apostou em João Neves ao lado de Kökçü e num tridente com Di María, João Mário e Rafa.

Difícil perceber quem era a referência mais ofensiva, mesmo na perspetiva de um ataque móvel e dinâmico. Só aos 18 minutos João Mário apontou à baliza de Diogo Costa. Talvez por ser início de época, talvez por a bola ser nova (Puma), a mira ainda não estava calibrada e o médio goleador, que na época passada fez 17 golos, errou o alvo.

Faltava criatividade para desmontar o acerto defensivo dos portistas. Rafa e Di María não demoraram a aparecer... ou a perceber como poderiam sair da teia montada por Pepe e Marcano. Foi através das diagonais do argentino campeão do Mundo que o corredor direito começou a dar frutos e o Benfica equilibrou a partida. Não em termos de oportunidades efetivas de golos, mas no jogo jogado. Era um indicador para o segundo tempo.

Para o segundo tempo exigia-se mais, mesmo sendo o jogo de arranque da época. Se o início de jogo foi intenso e bem jogado, tornou-se quezilento e atribulado para o árbitro Luís Godinho, que acabou a primeira parte com sete cartões amarelos mostrados.

Schmidt foi a imagem da tranquilidade. Introspetivo como é habitual foi dando pistas de que iria mexer na equipa no segundo tempo e concretizou a mudança. A equipa voltou do balneário sem João Mário e Ristic, mas com Petar Musa e Jurásek. Como resultado da mudança de esquema, a equipa encarnada voltou mais forte na reação à perda e passou a perturbar Diogo Costa. De tal forma que Di María o bateu aos 61 minutos. Um passe errado de Pepê lançou os encarnados para o ataque e Kökçü assistiu o argentino, que ao seu estilo rematou em arco e bateu o guarda-redes portista (ficou mal na fotografia).

Com o campeão em vantagem as bancadas do lado encarnado despertaram finalmente do silêncio imposto da ala azul. O jogo chegou a ser interrompido devido à presença de tochas e foguetes luminosos no relvado.

Sérgio Conceição reagiu de imediato, mas antes mesmo que Toni Martínez, Romário Baró e João Mário assumissem os seus lugares, o Benfica ampliou o marcador. Petar Musa recebeu a bola de Rafa e bateu o guardião mais valioso da I Liga. Talvez por ser um FC Porto versão época passada e com o trauma do título perdido para o rival ainda por digerir, a equipa portista não conseguiu inverter o cenário negativo. Até ao fim, Pepe ainda foi expulso num lance pouco digno de um jogador tão experiente e Galeno acertou finalmente na baliza, mas não contou. O lance do golo foi precedido por uma mão na bola de Gonçalo Borges.

Sérgio Conceição foi expulso e mais uma vez protagonista pela negativa. O técnico do FC Porto só esteve no banco devido a um castigo de um mês congelado por uma providência cautelar, mas acabou expulso depois de uma monumental birra em que recusou sair de campo até o árbitro se dirigir ao banco e lhe explicar que lhe tinha mesmo mostrado o cartão vermelho. É caso para dizer honra aos vencedores, desonra aos vencidos!

isaura.almeida@dn.pt

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