16 agosto 2015 às 16h46

Robert Harting, aampeão olímpico do disco, divulga resultados de testes antidoping

Duas outras atletas alemãs - Robin Schembera, 800 metros, e Andre Hoehne, marcha - já tomaram a iniciativa de divulgar os resultados dos seus testes.

Lusa

O campeão olímpico de lançamento do disco Robert Harting tornou hoje público o resultado dos testes antidoping a que foi submetido, para afastar dúvidas sobre as suas prestações.

"Quando é clara a forma como trabalhamos (...) está fora de questão que alguma coisa seja detetada", disse Harting em declarações ao canal de televisão alemão ARD.

Duas outras atletas alemãs - Robin Schembera, 800 metros, e Andre Hoehne, marcha - já tomaram a iniciativa de divulgar os resultados dos seus testes.

No início do mês, o diário inglês Sunday Times e o canal alemão ARD noticiaram que 12 mil testes de sangue feitos entre 2001 e 2012 a cinco mil atletas que fazem parte de uma base de dados da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) revelaram "valores suspeitos ou altamente suspeitos", sugerindo um processo generalizado de dopagem de grande amplitude.

Nomeadamente, é referido que no meio-fundo (800 metros a maratona) um terço dos medalhados olímpicos e mundiais entre 2001 e 2012 estaria nesse grupo, sem que no entanto qualquer nome seja avançado.

A investigação recorre ao depoimento dos especialistas australianos Michael Ashenden e Robin Parisotto, que criaram o método de deteção da EPO. Parisotto diz mesmo que a situação no atletismo poderá ser equivalente à que se viveu no ciclismo, há 10 ou 15 anos.

A IAAF negou entretanto que a base de dados de 12 mil análises interpretadas pela ARD e o Times tenha caráter "secreto" e diz que ela própria já fez uma "análise detalhada", publicada em 2011 numa revista científica.

A IAAF recorda que esse estudo revelou o mesmo nível de "suspeitas de doping" e que também se notava que a Rússia e o Quénia eram os países com mais casos de amostras "suspeitas".

"Não há um sistema perfeito de apanhar os batoteiros, mas a IAAF está na linha da frente em matéria de controlos antidoping há vários anos. E no quadro do passaporte biológico, um programa pioneiro, mais atletas foram suspensos pela IAAF do que por todas as outras federações e agências antidopagem juntas", referiu a organização em comunicado.

A IAAF avança com números globais: mais de 19 mil testes sanguíneos desde 2001, dos quais 11 mil desde 2009 e a introdução do passaporte biológico.

No total, 141 atletas tiveram positivos por EPO, desde o primeiro caso, em 2001, e 39 foram sancionados desde 2011, com 24 processos ainda em análise.