Contador pediu adiamento mas agora queixa-se do atraso

Alberto Contador está insatisfeito por o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ter adiado novamente a audiência relativa ao seu processo, resultante de um teste de doping positivo. O TAS disponibilizou-se a fazer um julgamento rápido, antes da Volta à França, mas houve um primeiro pedido de adiamento, feito pelo ciclista espanhol. Agora foi a Agência Mundial Antidopagem (AMA) a pedir nova data.

O controlo positivo foi registado durante a Volta à França do ano passado, ganha por Contador. As análises detectaram clembuterol, cujos valores muito reduzidos foram justificados pela defesa do espanhol como tendo tido origem na ingestão de carne contaminada, de vaca engordada ilegalmente com aquela substância.

Inicialmente, o comité de competição da Real Federação Espanhola de Ciclismo (RFEC) propôs a Contador um ano de suspensão, mas a sua defesa contestou. E desencadeou-se uma onda de apoio ao ciclista, em Espanha, que envolveu as mais altas instâncias, inclusive o primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero. A RFEC acabou por aceitar a argumentação de que o corredor não teve culpa ou negligência, decidindo absolvê-lo.

Tanto a União Ciclista Internacional (UCI) como a Agência Mundial Antidopagem (AMA) recorreram para o organismo máximo da justiça desportiva. A audiência marcada para Junho foi inicialmente adiada para o início de Agosto, a pedido dos advogados de Contador, oriundos de escritórios de Madrid e Londres. Agora, o tempo para a resolução do processo voltou a ser dilatado, "a pedido da AMA, com o acordo unânime das outras três partes" (Contador, UCI e RFEC), segundo esclareceu o TAS em comunicado.

Trata-se de "uma segunda ronda de submissões escritas", que "irá permitir às partes completar as suas provas e argumentos relacionadas com algumas questões científicas específicas", diz o organismo jurídico. Segundo o El País, a AMA não quer "deixar pontas soltas" na sua resposta ao relatório científico apresentado pelos advogados do ciclista, com 70 páginas, que, segundo estes, sustenta a teoria da dopagem acidental com carne contaminada. A Agência Mundial Antidopagem "está à espera dos dados resultantes de vários estudos que levou a cabo sobre a farmacocinética do clembuterol", ou seja, análises quantitativas dos tempos em que se desenrolam os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção da substância no corpo humano.

Esta semana, quando foi homenageado pela sua cidade natal, Pinto, perto de Madrid, o ciclista afirmou ser "uma pena e uma tristeza que após um ano" o processo "continue" por decidir: "Deveria esclarece-se já e não é normal tanto atraso, mas espero que tudo termine", disse, citado pelo diário desportivo AS.

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