29 abril 2011 às 11h03

Ex-piloto de F1 Tarso Marques suspenso por doping

O piloto brasileiro Tarso Marques, que já passou pela Fórmula 1 e foi colega de equipa de Pedro Lamy, está a cumprir dois anos de suspensão, devido a um controlo de doping positivo registado em 2009, mas que a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) manteve sob sigilo mesmo depois de o atleta ter sido punido e apesar de os regulamentos obrigarem à divulgação.

D.L.

O teste positivo foi realizado na última corrida da época de 2009 da Stock Car, que se realizou no autódromo de Interlagos. A revista Warm Up teve de conduzir uma longa investigação e ultrapassar um muro de silêncio e de declarações sob anonimato para descobrir mais detalhes sobre este caso, mas não conseguiu desvendar qual a substância detectada e que levou a que Tarso Marques fosse suspenso, em meados de 2010, pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da confederação.

O presidente da CBA, Cleyton Pinteiro, argumenta que a divulgação do caso de doping devia ser feita pelo STJD. O tribunal diz que o processo não foi conhecido porque o seu site não está a funcionar. Mas, há três anos, a CBA divulgou o teste positivo do piloto Paulo Salustiano, ainda que não dissesse qual a substância detectada. Nessa altura, a confederação tinha outro presidente, Paulo Scaglione, o mesmo que agora critica Pinteiro, defendendo que cabe à CBA aplicar administrativamente as penas e ao STJD analisar os recursos, ou seja, tem de ser a direcção da confederação a divulgar os casos de doping.

A revista Warm Up adianta que o regulamento dos procedimentos antidoping da CBA possui um artigo (13.2) que obriga à divulgação dos processos. Mas o coordenador médico da Sotck Car e responsável pelo projecto antidopagem, Dino Altmann, alega que na altura do positivo de Tarso Marques o automobilismo não estava vinculado à Agência Mundial Antidopagem e que a divulgação não era obrigatória.

Outra incongruência deste processo está relacionada com o apelo de Tarso Marques. O piloto nega ter-se dopado e alega que a substância detectada não tem influência na corrida e que foi tomada por motivos clínicos. Diz que apresentou recurso junto do STJD e que está pendente um processo para analisar a sua inocência, mas o tribunal nega ter recebido qualquer pedido por parte do piloto que competiu pela Minardi, na Fórmula 1, em 1996 (ao lado do português Pedro Lamy), 1997 e 2001, sem que conseguisse qualquer ponto nessas temporadas.