Acidente de Kenteris e Thanou impossível de verificar

Kostas Kenteris e Ekaterini Thanou são acusados prestarem falsos testemunhos e de levarem médicos a cometer o mesmo delito para escaparem a controlos de doping antes dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. No início do julgamento, um investigador da polícia de trânsito disse ser impossível verificar se realmente acontece o acidente de moto que ambos dizem ter sofrido.

"Não posso dizer com certezas de que houve ou não um acidente", afirmou Epaminondas Bouras, num julgamento que começou na semana passada, citado pelo USA Today.

De acordo com o site HelenicAthletes.com, duas pessoas testemunharam terem visto um motociclo caído nos arredores de Atenas. Por volta das 23:00 locais, três ou quatro pessoas terão sido avistadas à volta de um motociclo, mas não foram reconhecidas na altura pelas testemunhas, que não estranharam o acidente de moto, por ser comum nas ruas da capital da Grécia.

Só no outro dia, depois de ouvir as notícias sobre o acidente dos velocistas e das suspeitas de que fosse forjado, é que uma das testemunhas telefonou para a polícia a reportar o acidente. Também foi apresentada uma gravação vídeo segundo a qual a estrada estava molhada nessa noite.

Na segunda sessão do julgamento, foi a vez de um cirurgião ortopédico defender os seus colegas do hospital KAT. Sete médicos são acusados de "violação do dever" e "falsa certificação". Lakis Nikolaou disse que Kenteris e Thanou apresentaram-na no hospital na véspera do início dos Jogos Olímpicos. Ambos sofriam de dores de cabeça, tonturas e vómitos. O cirurgião garantiu que os atletas foram internados com base em critérios clínicos objectivos e que o que foi feito durante o internamento de cinco dias "foi clinicamente apropriado e dentro das regras legais" do estabelecimento hospitalar.

Nikolaou admitiu ainda que seria possível aos velocistas enganarem os médicos, mas não indefinidamente: "Um médico não pode ser enganado durante mais de dois ou três dias."

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG