Desporto
24 setembro 2022 às 20h17

Sustos de CR7 em triunfo folgado, com Portugal dono da sua sorte

Jogo de sonho de Diogo Dalot, que marcou dois golos na vitória sobre a Rep. Checa (4-0). Seleção só precisa de um empate, frente à Espanha, para se apurar para a final four da Liga das Nações.

A efeméride merecia e exigia um triunfo. No dia em que passam oito anos da apresentação de Fernando Santos como selecionador nacional, ninguém esperava menos que a vitória sobre a Rep. Checa (4-0) para celebrar o momento e colocar Portugal a depender só de si para se apurar para a final four da Liga das Nações. Agora, só precisa de um empate, na terça-feira, frente à Espanha, que hoje perdeu com a Suíça (1-2).

Hoje, em Praga, num jogo em que Portugal mostrou boas dinâmicas (na posse, controlo e nos momentos de pressão), os jogadores do Manchester United (e Diogo Dalot em particular, uma vez que marcou dois golos) foram os protagonistas-mor de um triunfo que colocou a seleção no primeiro lugar do grupo, beneficiando desse desaire espanhol.

Portugal entrou em campo com seis dos sete jogadores em risco de exclusão para o jogo com a Espanha. Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Danilo, William e Rafael Leão não podiam ver (e não viram) um cartão amarelo para não falhar esse último e decisivo jogo. Não houve poupanças, mas houve mexidas. Sem o castigado João Cancelo, Diogo Dalot assumiu o lado direito da defesa. Do outro lado Mário Rui foi o escolhido, numa defesa que teve Danilo como colega de Rúben Dias. William jogou como médio defensivo e Rafael Leão foi o companheiro de ataque de Cristiano Ronaldo, que aos 14 minutos pregou um grande susto a Portugal.

O capitão chocou com o guarda-redes checo e ficou muito mal tratado, sangrando abundantemente do nariz. Acabou por voltar ao jogo e foi dele a primeiro oportunidade (ou primeira perdida, depende do ponto de vista) de golo. CR7 não acertou bem na bola e perdeu uma excelente oportunidade para adiantar a equipa no marcador, depois de uma jogada bem trabalhada pelo meio campo português.

Os checos iam mostrando alguma iniciativa de jogo para obrigar Portugal a defender com uma linha de cinco - Rúben Neves intrometia-se entre Danilo e Rúben Dias - para roubar espaços a Patrick Schick e companhia na procura do golo. A resposta do camisola 7 checo foi em tudo igual à do 7 português. Antonín Barák falhou o desvio para a baliza de Diogo Costa e assim o 0-0 persistiu no marcador... por mais dois minutos, até Diogo Dalot adiantar os portugueses.

O lance foi confuso, mas eficaz. Ronaldo desperdiçou um passe de Bruno Fernandes, mas Rafael Leão não desistiu do lance e serviu o lateral, que assim se estreou a marcar pela seleção e logo no jogo em que se estreou na Liga das Nações. O golo abalou os checos e Portugal aproveitou para fazer o 2-0, em mais uma jogada improvável, com Bruno Fernandes a aparecer no coração da área a finalizar, após passe de Mário Rui. A seleção portuguesa colocava-se assim a ganhar por dois golos e com a particularidade de ambos terem sido marcados por jogadores do Manchester United.

Antes do intervalo Ronaldo pregou mais um susto. Inconscientemente, o capitão e meteu a mão à frente da cara, talvez numa tentativa de proteger a face já de si maltratada, e acabou por cortar a bola com a mão na área. O árbitro (com ajuda do VAR) considerou que houve movimento ascendente e marcou penálti. Chamado a marcar, Patrick Schick falhou e a seleção portuguesa manteve os dois golos de vantagem para o intervalo.

Manter o controlo da bola através da posse era a solução para manter a vantagem no marcador. Todos sabiam que os checos não precisavam ter muita bola para criar oportunidades e concretizá-las e eles entraram com tudo no segundo tempo, aparecendo com quatro homens na área.

Fernando Santos não largava o ar preocupado, mas em campo a equipa ia dando conta do recado e Diogo Dalot mostrava que a noite era dele, com um golaço: um remate a mais e 30 metros da baliza que sossegava tudo e todos e permitiu ao selecionador entrar em modo gestão para o jogo com os espanhóis. Ronaldo manteve-se até ao fim e ainda serviu Diogo Jota para o 4-0 final.

E assim Portugal ganhou folgadamente e sem sentir a renúncia de Rafa Silva.

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isaura.almeida@dn.pt