Desporto
29 novembro 2021 às 20h53

Messi ganhou a 7.ª Bola de Ouro mas Ronaldo lançou a confusão

Horas antes de o argentino ser coroado, CR7 (apenas o sexto mais votado) colocou um texto nas redes sociais com fortes e duras acusações contra o jornalista que coordena o prémio.

DN

E o vencedor da Bola de Ouro 2021 é... Lionel Messi. 12 anos depois de ter recebido o troféu pela primeira vez, o avançado argentino de 34 anos que agora representa o PSG foi esta segunda-feira distinguido pela sétima vez na gala realizada no Théâtre du Chatelet, em Paris. Mas Ronaldo, que foi apenas o sexto mais votado, também foi um dos protagonistas da noite devido a uma polémica que fez estalar horas antes da entrega do prémio, ao acusar o chefe de redação da France Football de mentir.

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A história é simples. Há uns dias, Pascal Ferré, jornalista da France Football encarregue de coordenar a votação, disse que Ronaldo só tinha uma ambição, "retirar-se com mais Bolas de Ouro do que Messi". "Sei disso porque ele me disse", afirmou Ferré. Ronaldo esperou e horas antes do anúncio da vitória de Messi colocou um longo texto nas redes sociais a desmentir tudo.

"O desfecho de hoje explica o porquê das declarações de Pascal Ferré na última semana, ao afirmar que eu lhe confidenciei que tinha como única ambição terminar a minha carreira com mais Bolas de Ouro do que Lionel Messi. Mentiu, usou o meu nome para se promover e para promover a publicação para a qual trabalha. É inadmissível que o responsável pela atribuição de tão prestigiado prémio possa mentir desta forma, num absoluto desrespeito por alguém que sempre respeitou a France Football e a Bola de Ouro", acusou CR7, aproveitando para desfazer outro equívoco dito ontem pelo mesmo jornalista: "E mentiu novamente hoje ao justificar a minha ausência da Gala com uma alegada quarentena que não tem nenhuma razão de ser".

Ronaldo lembrou ainda que sempre desejou "os parabéns a quem ganha, dentro do desportivismo e fair-play que norteiam" a sua carreira desde o início. "E faço-o porque nunca estou contra ninguém. Ganho sempre por mim e pelos clubes que represento, ganho para mim e para aqueles que me querem bem. Não ganho contra ninguém", escreveu.

Polémicas à parte, mais do que os golos e as exibições de Messi na época passada ao serviço do Barcelona, terá pesado na escolha do júri (170 jornalistas de todo o mundo) o facto de o craque ter ganho no verão a Copa América pela Argentina, prova onde se sagrou o melhor jogador e goleador.

Além disso, conquistou também a Taça do Rei e marcou 44 golos e fez 17 assistências em 60 jogos. Argumentos que superaram as armas de Lewandowski, o segundo mais votado. Jorginho, italo-brasileiro do Chelsea, ficou na terceira posição, e Karim Benzema, do Real Madrid, foi o quarto mais votado, seguido de Kanté, também do Chelsea.

"Há dois anos dizia que podia ser o último ano... Depois começaram a perguntar quando me ia retirar, mas estou aqui em Paris e muito feliz. Tenho muita vontade de continuar a lutar por objetivos. Não sei quanto me falta, mas que seja por muitos anos, porque desfruto muito do futebol. Quero agradecer aos meus companheiros, mas especialmente aos da seleção argentina. É uma honra lutar com o Robert [Lewandowski], mereces, no ano passado foste o vencedor e creio que a France Football devia dar-te o prémio, como merecias", disse Lionel Messi.

Já Cristiano Ronaldo, que ficou na sexta posição, pagou caro o facto de a época passada em termos coletivos ter sido uma desilusão, tanto ao serviço da Juventus como pela seleção nacional, pouco lhe valendo os 46 golos marcados em 58 jogos pelo clube e por Portugal. E de já nesta época ter tido um bom arranque agora com as cores do Manchester United. Esta, aliás, foi apenas a segunda vez desde que foi nomeado para o troféu que Ronaldo ficou de fora do top 3 - a última tinha sido em 2010, quando Messi venceu e o pódio ficou completo com Iniesta e Xavi.

Com a distinção de ontem, Messi passou a contabilizar sete troféus, contra os cinco de CR7 (venceu as edições de 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017).

Refira-se que horas antes de erguer a Bola de Ouro, Messi foi galardoado com outro troféu. O jogador recebeu no hotel em Paris um delegação do jornal espanhol Marca, que lhe entregou o prémio relativo ao melhor marcador da Liga espanhola da época passada.

Relativamente aos outros dois portugueses nomeados, Bruno Fernandes ficou na 21.ª posição, com os mesmos votos de Lautaro Martínez (Inter Milão), e Rúben Dias foi 26.º, juntamente com Nicolò Barella (Inter Milão) e Gerard Moreno (Villarreal).

Nos outros prémios atribuídos ontem, o espanhol Pedri, do Barcelona, conquistou o troféu Kopa, para melhor jogador jovem até aos 21 anos, numa eleição para a qual também estava nomeado o defesa português Nuno Mendes, do PSG, que terminou em quarto. E Robert Lewandowski foi distinguido como melhor avançado do ano.

O troféu Yashine, que premeia o melhor guarda-redes do mundo, ficou na posse do italiano Gianluigi Donnarumma, do PSG. E o prémio de melhor equipa de 2021 foi para o Chelsea, com a equipa de futebol masculino e feminino distinguidas.

TODOS OS PRÉMIOS:

Bola de Ouro (futebol masculino) - Lionel Messi (PSG/Argentina)

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Troféu Kopa (melhor jogador jovem) - Pedri (Barcelona/Espanha)

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Avançado do ano - Robert Lewandowski (Bayern Munique/Polónia)

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Bola de Ouro (futebol feminino) - Alexia Putellas (Barcelona/Espanha)

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Troféu Yashine (melhor guarda-redes) - Gianluigi Donnarumma (PSG/Itália)

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Clube do Ano - Chelsea

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nuno.fernandes@dn.pt