Solidariedade e música juntam-se pela deficiência intelectual 

O concerto solidário Músicos pela Esperança vai realizar-se no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém na terça-feira, dia 20, e junta músicos como Luís Represas, os pianistas Adriano Jordão, Júlio Resende, Tiago Nunes e António Silva, ou a soprano Dora Rodrigues.

Dança, música e solidariedade. Nesta altura natalícia, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Lisboa (APPACDM) festeja os seus 60 anos de existência e na terça-feira, dia 20, músicos como Luís Represas, os pianistas Adriano Jordão, Júlio Resende, Tiago Nunes e António Silva, assim como a soprano Dora Rodrigues, a percussionista da Orquestra Sinfónica Portuguesa, Elizabeth Davis, a maestrina Filipa Palhares e o Coro Juvenil juntam-se para um Concerto Solidário, intitulado Músicos pela Esperança, a ter lugar no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém às 21.00.

A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental foi criada em fevereiro de 1962 por Sheila Stilwell, mãe de uma criança com síndrome de Down, e pela pedopsiquiatra Alice de Mello Tavares. Tem como objetivo dar resposta às necessidades de pessoas com deficiência intelectual e promover a sua inclusão na sociedade.

"Os músicos são pessoas que na sua génese já estão ligados a nós há alguns anos. Devemos-lhes muito esta iniciativa, nomeadamente, ao Adriano Jordão e à Elizabeth Davis que trouxeram mais amigos para se juntarem a nós. É um programa que dignifica a instituição e nos orgulha a todos", explica ao DN Mário Matos, presidente da direção da associação.

Luís Represas foi convidado pelo amigo de longa data Adriano Jordão para participar no evento. E ao fim de décadas de amizade, será possível ver os dois músicos em palco pela primeira vez numa atuação conjunta. "Irei também tocar mais uma canção minha mas de modo muito minimalista, mais simples e despido. Só eu com a minha guitarra", disse Luís Represas ao DN. Para o cantor, os músicos tentam sempre responder ao chamamento de solidariedade e garante que todos os concertos são importantes e devem ser tratados da mesma forma.

Os pianistas Tiago Nunes e António Silva, confirmados para atuar no concerto, cumprem assim uma tradição de ajudar associações através da música no Natal. "Muitas associações precisam. É sempre ingrato escolher apenas uma , mas para nós faz todo sentido esta porque para além de serem muito queridos, têm uma história muito importante", explicou Tiago Nunes, também promotor do concerto.

Para a sua atuação, H4NDS DUO, António Silva e Tiago Nunes, vão tocar obras do repertório a quatro mãos de vários géneros. Os dois músicos irão sentar-se no mesmo piano. "Será um momento muito especial porque tocar a quatro mãos num só instrumento vai resultar em mais som. É muito entusiasmante e muito energético", explicou.

Os utentes da associação também vão fazer parte do concerto, através do grupo Pé Dança com uma coreografia de Telmo Santos. Preparam uma atuação especial escolhida pelos próprios. "Um dos objetivos é que eles se sintam bem com aquilo que fazem e que tenham capacidade de escolha", referiu o presidente da associação.

Da música clássica ao jazz, o concerto pretende chamar a atenção de diferentes públicos para ajudar com a sua contribuição. "Este concerto é a prova de que todos juntos podemos fazer algo maior em prol do bem comum. Acho que está a correr tudo muito bem, temos o concerto quase esgotado e estamos muito orgulhosos", referiu Tiago Nunes.

"Nós não representamos a causa mais visível na sociedade. Não é uma causa com que a sociedade se sinta particularmente identificada. Há causas mais presentes nos media. Nos últimos tempos tem-se vindo a ganhar mais atenção para a deficiência intelectual, mas há ainda um caminho a percorrer", disse Mário Matos.

O preço dos bilhetes é de 15 euros e as receitas revertem na totalidade para a APPACDM Lisboa.

Sendo os 60 anos um grande marco para a associação, Mário Matos teria gostado que a celebração fosse mais intensa. "É possível que em 2023 haja ainda outras coisas mas claro que depende da nossa capacidade de mobilização. Contamos no primeiro trimestre de 2023 ter algo nesse âmbito", prometeu o presidente da associação.

mariana.goncalves@dn.pt

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