Exclusivo Qualquer imagem é uma forma de poder

Apesar de condenado pelas autoridades do seu país, o iraniano Jafar Panahi continua a fazer filmes tão admiráveis como Ursos Não Há, a partir de hoje nas salas portuguesas, ao mesmo tempo que são repostos dois títulos do seu mestre Abbas Kiarostami.

Eis uma estreia realmente excecional: Ursos Não Há, do iraniano Jafar Panahi (Prémio Especial do Júri no último Festival de Veneza), é um objeto de cinema fascinante e inclassificável, projetando-nos numa reflexão tão primitiva quanto atual. A saber: qual a dimensão política do ato de filmar? Ou ainda: como é que uma imagem se relaciona com o mundo à sua/nossa volta?

Ursos Não Há coloca em cena o próprio Panahi, a dirigir uma rodagem, no mínimo, insólita: os técnicos e atores estão a filmar numa cidade turca, enquanto ele vai dirigindo os trabalhos, através do seu computador, a partir de uma aldeia iraniana, próximo da fronteira com a Turquia. Como bem sabemos, esta é uma narrativa que não pode ser dissociada de dados muito concretos da vida artística e pessoal do autor.

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