Exclusivo António-Pedro Vasconcelos: "Com Paulo Branco aconteceu uma reaproximação espontânea"
António-Pedro Vasconcelos lançou nas salas, esta semana, Km 224, o reencontro improvável com Paulo Branco. Uma história sobre um divórcio feio português. Cinema a respeitar os tempos do cinema, feito por um cineasta que filma a sociedade portuguesa há mais de cinco décadas.
Este tema de um divórcio conflituoso é, à partida, poderoso em termos dramáticos, mas também é algo que pode assustar as pessoas para uma ida ao cinema, mesmo quando Kramer vs Kramer ainda está na memória e Marriage Story tenha surgido há pouco...
Não sei como as pessoas vão reagir, será que se irão rever? O certo é que se trata de um tema que toca a todos - cada vez há mais divórcios. É uma questão que afeta os casais, os filhos e os pais. A situação do litígio com a guarda dos filhos é extremamente atual e toca muita gente. Em relação aos filmes de que falou, gostei mais do Kramer vs Kramer, apesar de ser sobre uma outra época e ser muito centrado nos direitos da mulher, abordando um certo hábito de os homens não se ocuparem das tarefas domésticas.
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Fica a ideia de que quis também fazer um filme sobre a atual sociedade portuguesa.
Sim. Aquilo que eu vivi, vi na minha família, filhos e netos, bem como amigos, não é reproduzido no filme, mas há divórcios em todas as famílias portuguesas. Dá-se a coincidência extraordinária de os protagonistas, a Ana Lacerda e o José Fidalgo, serem pais divorciados. Mais não digo...