De cineasta de culto e ligado aos excessos para nome respeitado por uma cinefilia mais pura. É o que está a acontecer a Gaspar Noé, o argentino radicado em França que depois de Vortex mudou o ângulo do seu cinema. Em vez da violência e do sexo radical, agora a acalmia numa história filmada em "split screen" ( o ecrã é dividido literalmente a meio) sobre o encontro de um casal de idosos com a morte num apartamento de Paris. Choque filosofal sobre os horrores da velhice e do nosso fim. Depois de ter sobrevivido a uma hemorragia cerebral, Noé, aos 58 anos, continua com um ar alucinado, mas o cineasta de Irreversível parece um homem mais apaziguado, pelo menos em San Sebastián, onde falou ao DN.