Num exercício de criatividade não nos é difícil acomodar menções co mo Zancliano e Messiniano, num episódio de novela de espada e feitiçaria saída do punho do escritor norte-americano Robert E. Howard, "pai" do herói mitológico Conan, o Bárbaro. Na década de 1930, o hipertrofiado Conan, o Cimério, como também era apelidado, vingava nas revistas pulp, num convite ao leitor a embrenhar-se num tempo ficcional, anterior a todos as épocas passadas, a Era Hiboriana. Fora das fronteiras deste tempo mitológico, as idades do Messiniano e Zancliano são realidades acomodadas no calendário geológico da Terra. Contam-nos uma história à escala dos milhões de anos, um período de conturbação na bacia do Mediterrâneo. Robert E. Howard não se importaria de adicionar a narrativas como O Poço Macabro ou A Fronteira do Fim do Mundo a história ficcionada de um acontecimento apocalíptico que talhou as margens do grande mar interior tal como o conhecemos hoje.