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"A extrema-direita tem uma resposta muito simples: a culpa é do outro"

A tradução de Tambores ao Longe surge no momento certo, quando a extrema-direita está a eleger deputados para os parlamentos europeus e o seu radicalismo e populismo dominam em grande parte a narrativa política de um tempo em que as redes sociais e uma imprensa cada vez mais debilitada não destrinçam as fake news da verdade nem valorizam a importância da democracia. Outras novidades: As Figuras Excêntricas de Fátima Mariano, Como a esfinge perdeu o nariz de Inês Torres e Dante de Luís Louro.

"A obra de Eça ou de Pessoa resulta de milhares de leituras"

ExclusivoInesperado. É o que se pode desde já afirmar do romance Baiôa sem data para morrer, do mais recente autor a chegar à "praia" da literatura: Rui Couceiro. Inesperado também porque sendo editor, pertence a uma classe profissional de onde desde sempre pouco se espera quando se substituem aos escritores que publicam. Inesperado ainda porque a primeira obra tem história e fôlego para atingir as 447 páginas e não desilude.

"Fui obrigado a refletir sobre a deceção de um pai em relação ao filho"

ExclusivoO até há pouco desconhecido autor francês Laurent Petitmangin enviou ao editor da La Manufacture de Livres dois originais. O primeiro a ser publicado transformou-se num sucesso inesperado, tendo recebido o Prémio Stanislas para o melhor romance de estreia, entre outros galardões, e destacou-o como um dos melhores romances da rentrée literária de 2020. A história da relação de um pai e de um filho seduziu os leitores de uma forma impiedosa. Outras novidades: William Dalrymple, Arthur Koestler e história do 25 de Abril.

Uma espécie de monsieur Bovary por Michel Houellebecq…

O escritor francês não pode dizer como Flaubert perante o tribunal "Emma Bovary sou eu" porque não escreveu o romance que inaugura uma nova época. Até poderia ser julgado pelo que já contou em romances anteriores, mas desta vez suaviza tudo: a praga do islão, a sedução da extrema-direita, os episódios de voyeurismo característicos da sua narrativa, a estupidez de certos personagens e a demência de outros, bem como o escárnio que destila sobre a França contemporânea. Aniquilação é uma história bem comportada e onde só os terroristas virtuais surpreendem.

A justiça pós-Trump desvendada pela candidata Stacey Abrams

Chega às livrarias esta quarta-feira o thriller da autora norte-americana Stacey Abrams Enquanto a Justiça Dorme, a também candidata democrata a governadora da Geórgia e que há mais de uma década é uma das representantes eleitas por este estado, além de ser uma das grandes responsáveis pela defesa dos direitos das mulheres negras. Com um percurso universitário pelas universidades do Texas e de Yale, tem mantido uma atividade política e na sociedade civil que lhe valeu a indicação para o Prémio Nobel da Paz.